Copenhaga: apelos da Cáritas Portuguesa

A cimeira sobre o clima, que reúne em Copenhaga líderes de 192 governos é de tal importância que a Cáritas Portuguesa sente a necessidade de apelar aos participantes que examinem, com recta consciência, todas as posições até agora tomadas e que têm contribuído para as gravosas alterações climáticas que estão a comprometer o futuro da humanidade; se disponibilizem para assumir compromissos sérios que permitam recuperar o que for possível, proíbam todo o tipo de actos que continuem a agredir a natureza e penalizem os que desrespeitarem as decisões que vierem a ser consensualizadas. Aos representantes de Portugal, a Cáritas quer pedir que se coloquem do lado dos que pugnam, com firme determinação, pela defesa do futuro da própria humanidade.

Somos um pequeno país mas as nossas responsabilidades não diminuem por causa disso. O nosso comprometimento para com os povos subdesenvolvidos acresce neste momento em que, além da ajuda que é devida e para a qual nos afirmámos solidários para com todas as nações que precisam de apoio urgente ao desenvolvimento, se junta o apoio para o combate urgente que resulta da novas realidades ambientais.

Ambas as ajudas são necessárias, urgentes e complementares. Salvar o Planeta, travando as alterações climáticas que têm, entre outras consequências suicidárias, aumentado a temperatura da terra e o número de desastres naturais, exige um compromisso de todos que tem de estar para além das fronteiras geográficas, de egoísmos políticos, de agendas condicionadas pelo mediatismo dos media.

Porém, deixar de considerar prioritário o auxílio a todos os povos que lutam desesperadamente pela sobrevivência é não perceber que só tem sentido salvar a Terra salvando os homens que aqui habitam. A Cáritas Portuguesa exorta os governantes portugueses para não descurarem as suas obrigações políticas, tal como deixa um repto aos portugueses para que sejam, todos e cada um, agentes da mudança que se pede. Não se mudam os seus comportamentos por decreto mas por convicção. E é aí, em cada um de nós, que deve ter origem essa revolução que se exige.

Para dar maior ênfase a esta mudança que é urgente e incontornável, a Cáritas Portuguesa, associando-se a nível internacional a outras entidades, apela a que, no próximo dia 13 de Dezembro, Domingo, para que, às 14 horas (15 horas em Copenhaga) os sinos das igrejas em todo o mundo repiquem 350 vezes, em alusão às 350 partes de CO2 por milhão na nossa atmosfera, valor considerado pelos cientistas como o limite seguro para o planeta e para os seres humanos. Convida ainda a todos os portugueses e portuguesas a juntarem-se a este gesto com os seus próprios sinos, tambores, apitos e outros instrumentos, como toque de alarme das consciências da própria humanidade.

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