Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil presidiu a Eucaristia no encerramento de Simpósio da Igreja Católica, no âmbito da cimeira do clima na cidade brasileira de Belém

Belém, Brasil, 13 nov 2025 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CCNB) apontou o desenvolvimento das “relações saudáveis” como o caminho para enfrentar a crise climática, esta quarta-feira, na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, na cidade brasileira de Belém.
“O cultivo de relações saudáveis é o caminho para fazer frente aos desafios atuais; disto depende o futuro das próximas gerações, do planeta. Para curar as relações é necessário abertura de mente e coração, generosidade e humildade para reconhecer a necessidade do perdão e suplicá-lo! “, afirmou D. Jaime Spengler, na homilia da Eucaristia, publicada no site da CCNB.
A celebração, a que presidiu o cardeal e encerrou o Simpósio da Igreja Católica na COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, reuniu mais de 40 bispos do Brasil, de outras regiões da América, da Ásia, África e Europa.
“É urgente rever, avaliar e reavaliar a qualidade de nossas relações: connosco mesmos, com as outras pessoas, com Deus e com o mundo ambiente. A questão das mudanças climáticas, da urgência de revisão do modelo energético dominante tem a ver com a qualidade das relações”, assinalou o arcebispo de Porto Alegre.
O arcebispo partiu do Evangelho, recordando a “crueldade insensata e famosa de Herodes”, que mandou matar crianças inocentes, perante o anúncio do nascimento de Jesus, apresentando-o como “alguém revestido de poder e como o medo de perdê-lo não tem limites!”.
“Herodes e sua corte representam um mundo sem ética e sem moral. Tudo vale neste mundo, desde que assegure o próprio poder: o cálculo, a estratégia, a mentira, a crueldade, o terror, o desprezo ao ser humano, a destruição de inocentes e do mundo ambiente”, referiu.

Segundo o cardeal, este espírito ainda está presente hoje representado em estruturas que promovem o medo, a desigualdade e a destruição do meio ambiente.
“A arrogância brutaliza e cega”, afirmou, realçando que o endurecimento do coração é uma das maiores ameaças ao ser humano.
No final da homilia, o presidente da CNBB salientou que o “cuidado da vida requer atenção e pressa”, convidando todos a seguirem o exemplo de José, que foi exortado a levantar-se, e Maria, que “soube dispor-se para apressadamente ir ao encontro da prima”.
“Também nós somos convidados a responder à altura dos desafios do tempo presente. O planeta urge; a vida precisa de cuidado”, finalizou.
LJ/PR

