Responsáveis de organizações católicas para o desenvolvimento estiveram reunidos em Portugal
Lisboa, 22 jan 2013 (Ecclesia) – O secretário-geral da CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, disse hoje à Agência ECCLESIA que é necessário reformular a tradição relação Norte-Sul na área da cooperação, valorizando os países em vias de desenvolvimento.
“O mundo está a mudar e não podemos tomar decisões como era costume, os países do sul têm de desempenhar um papel cada vez maior e nós temos de aumentar o diálogo entre instituições da Igreja, em parceria”, afirmou Bernd Nilles, no último dia da reunião de diretores da CIDSE que decorreu em Cascais desde domingo, reunindo 30 responsáveis da Europa e América do Norte.
Tendo como ponto de partida o relatório preliminar ”Mudança de Paradigma para o Desenvolvimento Sustentável”, esta reunião teve como principal objetivo melhorar a aplicação do Quadro Estratégico da CIDSE, definindo as prioridades para os próximos três anos (2013-2015).
A CIDSE reúne 16 organizações católicas de desenvolvimento, incluindo a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal, que acolheu o evento.
Bernd Nilles destaca que, apesar das consequências da crise económica, a opinião pública continua atenta às questões do desenvolvimento e da cooperação.
“A crise não provocou um menor apoio das pessoas às nossas organizações, em termos de donativos, elas tentam ajudar-nos o mais possível. O que aconteceu é que os Governos reduziram o apoio às organizações sociais e de desenvolvimento”, declarou.
O secretário-geral da CIDSE espera que as dificuldades sentidas em vários países levem a que “nunca mais” se deixe o mercado financeiro sem regras ou “confiar aos bancos o bem comum” da sociedade.
Já o administrador da FEC, Jorge Líbano Monteiro, destacou a importância de ter acesso à experiência e reflexão de outras instituições, com presença em vários países e diferentes, possibilitando a criação de “parcerias” para reforçar a “capacidade de pensamento e de ação”.
O responsável reforça a ideia de que “o mundo está a mudar”, sendo necessário “potenciar” as relações entre países dadores e quem recebe a ajuda.
“As organizações têm de adaptar-se e perceber o seu papel neste novo mundo que começa a surgir”, observa.
OC