Conclusões do Fórum Nacional dos Movimentos da Acção Católica
Os Movimentos da Acção Católica, conscientes da sua missão laical e evangelizadora, celebram os 75 anos da fundação deste grande dom para a Igreja, reafirmando a sua vitalidade, dinamismo e a continuidade como resposta para viver a esperança no mundo.
O legado histórico notável do trabalho de evangelização realizado pelos militantes que nos precederam; a metodologia que se mantém actual – a Revisão Vida – em dinâmica de ver, julgar e agir, que é a pedagogia do Evangelho; a grande escola de formação que sempre foi, gerando cristãos militantes interventivos, proporcionam um olhar atento e comprometido sobre o presente e o futuro, para continuar a ser fermento.
Desenvolvendo a acção no campo próprio da sua actividade evangelizadora que é o mundo vasto e complicado da política, da realidade social, da economia, da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos media, e ainda outras realidades particularmente abertas à evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento – como referiu D. Jorge Ortiga, Presidente da CEP.
Sublinhou ainda que a retrospectiva é importante e que é incontornável reconhecer que os frutos apareceram, em abundância. Os Movimentos da AC terão de ser capazes de gerar novos frutos para os novos tempos – pôr em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes, nas coisas do mundo.
Nós, como Movimentos da AC, estamos convictos que esta celebração constituirá um incentivo e um impulso decisivos para assumirmos ser essa presença viva e actuante de Cristo no Mundo, ao serviço de todos os homens e mulheres, nossos irmãos, de forma especial dos mais fragilizados.
Há caminhos não andados que esperam por alguém, e é essa a nossa atitude, de abertura à novidade, consciência de que as exigências, os desafios sociais e eclesiais, são na actualidade muito diferentes e que implicam respostas inovadoras e novas “presenças”.
Os Movimentos da AC reafirmam a sua actualidade e dinamismo, como espaços de compromisso dos militantes cristãos no mundo, convictos de que:
*A sua vivência cristã se expressa numa espiritualidade de militância;
*Não sendo movimentos de massa, são chamados hoje a ser sinal, fermento e testemunho no mundo;
*Fazem uma leitura concreta das realidades, à luz dos critérios do Evangelho, que implica conversão de vida;
*Continuam a ser, na Igreja e para a Igreja, grande escola de formação de leigos;
*É decisivo investir numa formação sólida e integral dos militantes (evangélica, cultural e cívica);
*A acção evangelizadora e transformadora dos militantes e dos grupos, enformada pela pedagogia dinamizadora da revisão de Vida, visa exactamente a mudança qualitativa das pessoas, das estruturas e dos meios;
*A especificidade da vocação co-responsabiliza os leigos na vida e missão da Igreja;
*A sua acção assenta no servir a dignidade humana, cuidando do mais frágil.
*Numa sociedade mais aberta e mais plural é fundamental olhar sem medo, com humildade e confiança.
*É preciso uma abertura permanente à novidade para acolher os novos desafios e as exigências de renovação;
Os Movimentos da Acção Católica identificam como grandes desafios:
*(Re)criar oportunidades de encontro e partilha entre si;
*Proximidade entre os grupos de jovens e adultos, em vista à renovação;
*Valorização dos grupos de base;
*Renovar o envolvimento no meio;
*Acreditar no valor da Revisão de Vida;
*Necessidade de formação permanente;
*Maior conhecimento da DSI;
*Inovar na vivência eclesial;
*Actualização da linguagem da fé;
*Renovação de consciências;
*Maior comprometimento da CEP aos Movimentos;
*Dialogar com outras Instituições;
*Aceitação da diversidade
No concerto de pluralidade de movimentos, é fundamental reencontrar o vigor da originalidade da AC: a sua espiritualidade secular, a sua mística de acção pessoal e testemunho, o seu rosto de intervenção social organizada e interpelação do meio, que, pela Revisão de Vida, se tornam expressão do amor de Deus por cada pessoa e contributo para uma sociedade de cooperação, partilha e harmonia.
Colégio dos Órfãos, PORTO, 8 de Novembro ‘09 • FÓRUM MOVIMENTOS DA ACÇÃO CATÓLICA • ACI – ACR – JARC – JOC – LOC/MTC – MAAC – MCE