Crianças e jovens voltaram à catequese na Unidade pastoral de Miranda do Corvo, em Coimbra com vontade de «recuperar tempo em casa»
Coimbra, 30 set 2020 (Ecclesia) – O padre Manuel Ferrão, pároco na Unidade Pastoral de Miranda do Corvo, na diocese de Coimbra, disse que a fé precisa de momentos em comunidade e que se consolida e ganha expressão quando partilhada.
“A própria fé sem isto (os encontros) não é fé, não é individualista ou fechada, temos necessidade de encontrar. Temos necessidade de ter comunidade para partilhar a fé e sentir a verdade do encontro com Jesus. Ele tem de ser assumido pessoalmente mas não deixa de ser um ato comunitário dos irmãos que entre si se ajudam e fazem descobrir a alegria do encontro com Jesus”, traduz à Agência ECCLESIA o responsável pela comunidade de Rio de Vide, que iniciou em setembro a catequese na paróquia.
O pároco explica que quiseram fazer coincidir o regresso à catequese com o início do ano letivo para antever alguma eventual necessidade de parar ou confinar: “As coisas não estão bem e poderão vir a levar-nos a ter outras formas de paragem ou confinamento; assim, podemos ter um primeiro contacto com as crianças e um conhecimento que nos permite depois utilizar outros meios porque os grupos estão constituídos”.
A realidade que acolheu os catequizandos passa pela desinfeção das mãos, divisão por edifícios e salas, cruzamentos desfasados, numa realidade nova que se conjuga com as habituais apresentações, mas acompanhada com muita vontade de regressar e crescer numa “comunidade que os acolhe e acompanha”.
Numa paróquia pequena, onde todos se conhecem e crescem juntos, Alexandra Santos, secretaria do cartório da unidade pastoral de Miranda do Corvo, dá conta da vontade de recuperar o tempo do ano pastoral anterior.
“Suspendemos a catequese ainda antes de as escolas fecharem, a catequese esteve apenas disponível pelos meios informáticos, através de vídeos e outro material enviado pelos catequistas; ficaram também suspensas as primeiras comunhões e profissões de fé, que contamos retomar dentro de algumas semanas”, explica.
No final da catequese o adro da igreja enche-se de crianças, acompanhadas por familiares e os responsáveis procuram manter as indicações para segurança, apesar de reconhecerem que por ser uma comunidade pequena “todos se conhecem e se falam”.
“Quando acaba a catequese o adro da igreja é um local de correria, agarrar e puxar, mas procuramos sensibilizar as crianças e os pais, para que estejam mais juntas da sua família e evitem os contatos”, adverte Luís Batista, responsável pela catequese.
Também catequista e pai de uma criança na catequese, Luís Batista entende este tempo como uma oportunidade para reforçar o papel dos pais na educação religiosa dos filhos.
“Sem a sua colaboração é mais difícil. Tivemos, e em muito boa hora foi feito o esforço de levar uma telecatequese por parte do Educris e da ECCLESIA, mas se não houver os pais a reforçar e a incutir, em especial nas idades mais novas, o ver, participar e fazer as atividades propostas, cai por terra. Essa é a grande oportunidade, envolver os pais e torná-los os primeiros catequestas”, valoriza.
As ‘Conversas Originais – das palavras à ação’, terminam esta quarta-feira, sendo substituídas pelas «Conversas Além-fronteiras», transmitidas e publicadas online, às 17h00, e no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.
LFS/LS