Solange Pereira recomeçou no mundo do trabalho e rejeita «normalizar» a precariedade e a exploração dos trabalhadores
Lisboa, 01 fev 2021 (Ecclesia) – Solange Pereira coordenou os trabalhos da Juventude Operária Católica (JOC) como dirigente livre durante os últimos três anos, contactou com “diversas realidades dos jovens de hoje” e enfrenta agora o trabalho “sem medo” e a “querer arriscar”.
Natural da Diocese de Coimbra, a convidada desta segunda-feira da rubrica ‘Novas Conversas na Ecclesia’ afirma que a coordenação do trabalho da JOC foi uma “experiência inconfundível” e “uma missão”.
“Aceitar ser dirigente livre de um movimento, que luta pelas questões laborais e pela dignidade humana, alicerçada na Palavra de Jesus Cristo e de Cardijn, é uma missão”, afirmou Solange Pereira recordando o fundador dos movimentos da Ação Católica.
A experiência de ter sido dirigente livre motiva Solange Pereira a “não ter medo” e a estar mais atenta, com uma “disponibilidade diferente” para viver o quotidiano do mundo do trabalho.
“Levo para a minha vida o facto de não ter medo, de querer arriscar, querer ir mais além! Abriu-me portas para conhecer outras realidades, para estar de olhos abertos no meu dia a dia, com uma disponibilidade diferente, porque passamos pelas coisas e quase não lhes damos importância”, afirmou.
Para a dirigente da JOC nos últimos três anos, é necessário continuar a não aceitar como uma “coisa normal” o facto de que um trabalhador possa “ser explorado, ter um vínculo precário” e denunciar situações em que a dignidade de um trabalhador não seja respeitada.
“Não podemos normalizar o facto de sermos explorados no nosso trabalho: se os nossos direitos não são cumpridos, se não estou a receber um salário que mereço ou se sou assediada no trabalho. Não podemos dar isto por normal”, sublinhou.
Após ter sido dirigente livre da Juventude Operária Católica, Solange Pereira passou agora o testemunho a Gabriel Esteves, da Diocese de Aveiro, que vai coordenar os trabalhos da JOC não como dirigente livre, mas conciliando com o seu emprego.
Solange Pereira afirmou nas ‘Conversas na Ecclesia’ que receou que “fosse difícil” recomeçar no mundo do trabalho, mas “teve a felicidade” de encontrar trabalho na sua área de formação e promete incutir nos colegas de trabalho um “olhar atento” e a vontade de “estar próximo do outro”, colocando-se no seu lugar para que o quotidiano no mundo laboral possa “acontecer de uma melhor forma”.
As ‘Novas Conversas na Ecclesia’ partilham, entre o início de janeiro e meados de fevereiro, testemunhos de jovens que, com o ano de 2021, iniciam novos projetos ou conquistam etapas relevantes no percurso pessoal ou profissional.
PR