Rede Cuidar da Casa Comum quer levar mais longe ecologia integral que o memorando «Eco Igrejas Portugal» desenvolver
Lisboa, 08 jul 2021 (Ecclesia) – Teresa Paiva Couceiro, diretora executiva da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), lamentou que as dioceses em Portugal olhem para a ‘Laudato Si’ como um pedido para uma “conversão ecológica” e não como “algo sistémico” nos programas pastorais.
“Contar com a Conferência Episcopal portuguesa na assinatura do Eco Igrejas, que convida às dioceses, foi muito importante, mas, a meu ver, têm um caminho a fazer para perceber que o que é pedido não é uma simples conversão ecológica mas é algo sistémico, dentro do programa da diocese”, explica a responsável pela organização não-governamental para o desenvolvimento Fundada pela Província Portuguesa da Companhia de Jesus, em 2004.
O ‘Eco Igrejas Portugal’, memorando de entendimento foi assinado pelo COPIC, a CEP, a Aliança Evangélica, a ONG ‘A Rocha’ e a Rede ‘Cuidar da Casa Comum, visa a promoção da ética da sustentabilidade, contida em princípios ecoteológicos, e a aplicação nas diferentes Igrejas e comunidades cristãs de indicadores de diagnóstico, educação e gestão ambiental, para uma melhoria contínua da sustentabilidade ecológica.
A FGS, que integra a Rede Cuidar da Casa Comum, saúda a assinatura do entendimento que entende ser “um ponto de início”.
“É um momento histórico porque concretiza, e coloca no papel, um compromisso de trabalho conjunto entre Igrejas cristãs. O diálogo ecuménico existe há muito: Aqui conseguimos encontrar um ponto comum que é o planeta”, explica Teresa Paiva Couceiro.
A responsável identifica “pilares” do memorando que vão permitir desenvolver um trabalho conjunto: “Identificamos vários programas para a formação e conhecimento bíblico e teológico para que também as gerações mais novas possam perceber do que se fala; Indicadores para aferir uma melhoria contínua: como se faz a celebração eucarística, gestão dos edifícios, gestão de propriedades como casas de retiro e repouso, os estilos de vida, o envolvimento comunitário – como o fazemos e para quê”.
“É um passo sólido”, sublinha.
Teresa Paiva Couceiro lembra que a Rede Cuidar da Casa Comum, constituída em 2017, que ratificou o ‘Eco Igrejas Portugal’, quer dar continuidade à “inquietação” que a professora Manuela Silva sentiu perante a encíclica do Papa Francisco «Laudato Si», e que “dois anos depois da sua publicação, não estava a provocar mudanças”.
“Estávamos em 2017 e a professora achava que havia necessidade de aprofundar mais um documento que interpela a mudanças e a transformação, seja de comportamentos individuais ou coletivos. A professora dizia que não os estava a ver. Criaram-se focos de conversão ecológica com o objetivo de começar em grupos que já estavam constituídos e poderiam adequar estes subsídios ao seu grupo”, relembra.
“Tem sido muito bonito ver este crescimento sólido que a Rede tem feito. Tem 50 membros individuais, mais de 50 entidades entre organizações, escolas, entidades da sociedade civil”, acrescenta.
As ‘Conversas na Ecclesia’ desta semana, de segunda a sexta-feira, às 17h00 no site ECCLESIA e às 22h45 no programa de rádio da Antena 1, abordaram o memorando ‘Eco Igrejas Portugal’ e os objetivos da Plataforma «Laudato Si», a partir da realidade da ONGD Fundação Gonçalo da Silveira.
LS