Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, destaca a importância do discurso interpretativo
Lisboa, 23 abr 2021 (Ecclesia) – Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, disse à Agência ECCLESIA que a reabertura dos monumentos “vai trazer o convite à redescoberta” do património religioso.
“O convite à redescoberta tem sido feito como nunca e motivados pelas circunstâncias, tem sido estudado, experimentado e explorado neste último ano, tem havido como nunca uma necessidade das instituições se reinventarem com visitas virtuais e programas digitais e com uma série de novidades que tem vindo a reforçar e requalificar esta abertura”, afirmou a responsável.
Sandra Costa Saldanha destaca que este “interesse tem sido suscitado junto de potenciais visitantes” e acredita que, a partir do momento em que seja possível visitas presenciais, os “visitantes irão absorver o que foi passado nos últimos meses”.
Um dos aspetos importantes e valorizados é a forma como se comunica o património, numa componente interpretativa.
“Deve ser uma das missões de qualquer museu e também de um museu da Igreja, naturalmente, que tem o interesse reforçado pela componente interpretativa, sobretudo do que é a sua representatividade num percurso ou num determinado contexto”, explica.
A entrevistada considera “indispensável” este processo contínuo, porque os “intervenientes de hoje não são os de amanhã” e dá como bom exemplo o Tesouro-Museu da Sé de Braga.
“Um exemplo muito interessante de utilidade atual pela Igreja e potenciação do Património ao serviço da própria Igreja é o Tesouro Museu da Sé de Braga que ilustra um conjunto de boas práticas que são de sublinhar”, refere.
Sendo um edifício com génese no século XI é considerado um “símbolo de vários processos e tempos matriciais ao que estiveram associadas figuras da Igreja de Braga mas também da História de Portugal”.
“Peças excecionais que podem ser vistas ainda hoje na catedral mas também no Tesouro Museu que foi fundado, que pretende salvaguardar esses ecos de História da Arquidiocese de Braga e que foi objeto de projeto exemplar, não só ampliação ou reabilitação mas também de criar condições adequadas de vista e exposição, criando estruturas de acessibilidades e reservas por exemplo”, explica.
Sandra Costa Saldanha enaltece ainda o “discurso museográfico” que está associado à exposição permanente que pretende “revisitar a vida de Jesus e a História da vida da Igreja de Braga”.
As “Conversas na ECCLESIA” desta semana ficam online às 17h00 e têm como fundo o Dia dos Monumentos e Sítios, na companhia de Sandra Costa Saldanha, que irá traçar um roteiro de sul para norte do país, com bons exemplos de património religioso a visitar.
SN
