Coordenadora da catequese de Arcos de Valdevez, São Paio, descreve como a força da fé a faz «seguir em frente»
Viana do Castelo, 31 mai 2021 (Ecclesia) – Andreia Amorim, catequista da paróquia de Arcos de Valdevez, São Paio, na diocese de Viana do Castelo, contou à Agência ECCLESIA que, depois de deixar de trabalhar ficou “com mais responsabilidades na catequese” e defende que o catequista tem de ouvir as crianças.
“Tenho mais responsabilidades agora, estou a ajudar o grupo de jovens, em preparação para a JMJ Lisboa 2023, sou ali como mãezinha deles, apoiá-los e aprender com eles, depois sou catequista este ano na preparação da comunhão, no ano do meu filho”, conta Andreia Amorim, em declarações à Agência ECCLESIA.
A entrevistada descobriu, há cinco anos, que sofria de Esclerose Múltipla, o que considera ser um “percalço” na vida, que a faz ter tempo para outras responsabilidades, como coordenar a catequese da paróquia.
“Tenho menos sensibilidade, tenho algumas falhas cognitivas, afeta-me parte da visão e a parte motora, há uma diminuição de força, são algumas das limitações e de tive de deixar de trabalhar no que mais gostava, que era trabalhar com crianças”, assume.
Mãe de dois filhos, de 21 e 10 anos, Andreia Amorim, da paróquia de Arcos de Valdevez, São Paio, na diocese de Viana do Castelo, destaca o apoio da família e a força que a fé lhe dá.
“Eu costumo dizer que Deus deu-me esta cruz porque sabe que eu posso com ela, e eu tenho a certeza que ele me ajuda a carregá-la, e tenho muita fé, ralho muito com Jesus e temos conversas muito sérias, e esta é a forma com que lido com este problema e a forma como decidi seguir em frente”, descreve.
A catequese já fazia parte do compromisso de vida da entrevistada e refere que, atualmente, a figura do catequista tem de estar atento às circunstâncias de cada criança.
“O catequista hoje tem de ser alguém que ouça as crianças, às vezes pensamos que estamos ali para debitar umas orações, mas temos de começar a mudar mentalidades e perceber quem temos ali à nossa frente, quem é aquela criança que temos à nossa frente”, refere.
Andreia Amorim refere que tem crianças na catequese que já têm uma vivência familiar “não tão coesa, com pais separados”, que não conseguem estar todas as semanas na catequese e isso causa “tristeza à criança”.
“A catequista tem a responsabilidade de dar esta parte, de acolher a criança, de os fazer sentir bem ali”, aponta.
Quanto ao ministério do Catequista, instituído pelo Papa Francisco, Andreia Amorim mostrou-se “muito feliz” e sente que pode ser um impulso para a catequese ser levada “mais a sério”, “com mais responsabilidade e atenção às formações”.
As «Conversas na Ecclesia» desta semana fazem eco da instituição do ministério do Catequista, ficam online às 17h00, na Agência ECCLESIA, e disponíveis às 22h45 na Antena 1.
SN