«Conversas na Ecclesia»: Beatriz Jardim Pires aprofundou capacidade de questionar e encontrar-se consigo, no confinamento

Jovem de 17 anos participou em projeto de reflexão, com participantes de vários países

Cascais, 25 jun 2021 (Ecclesia) – Beatriz Jardim Pires, a terminar o ensino secundário e partilhou os efeitos que a pandemia de Covid-19 tem tido na sua vida social, na escola e em casa, levando-a a refletir sobre si.

“É complicado estarmos connosco, às vezes, e é uma altura em que não podemos ir conviver, sair, distrair-nos um bocadinho. Estamos mesmo só connosco, houve dias em que tive de ficar numa divisão isolada e houve momentos mais conturbados”, disse a convidada das ‘Conversas na Ecclesia’ desta sexta-feira.

Beatriz Jardim Pires refere que, nos momentos de confinamento, tentava “ao máximo” ocupar-se, num momento em que “era inevitável” estar consigo própria, e descobriu-se “uma rapariga que pensa demasiado”.

“Antes de virmos para o 2.º período, em casa, a minha escola tem uma coisa fantástica que são sessões de coaching. Estava a fazer há algum tempo e ajudou bastante, mais para me conhecer e saber estar comigo e ter alguma independência no que toca a lidar com os meus problemas e comigo”, desenvolveu.

A jovem de 17 anos de idade também participou no programa ‘Scholas Pensarmo-nos’, cinco sessões online orientadas para a saúde emocional dos jovens de vários países, promovido pela Fundação “Scholas Ocurrentes” em Portugal, que tem sede em Cascais.

“Havia uma diversificação enorme de formas de ver e pensamentos. Foi bastante interessante ver que outros colegas da América Latina tinham opiniões tão diferentes, foi muito enriquecedor; O Scholas era à tarde, era um período que tudo estava a acontecer cá em casa, e tinha de dedicar-me, parecia uma lufada de ar fresco no nosso dia”, desenvolveu.

Para Beatriz Jardim Pires, a lição que os jovens tiram deste último ano em pandemia, e dos períodos de confinamento, é terem percebido que “é importante” conhecerem-se porque vivem “num ritmo frenético” que não o permite e, às vezes, não querem estar sozinhos.

“Acontece tudo num dia e é tudo muito rápido e saber que temos de parar um bocadinho, acabamos por nos confrontar com realidades diferente quando estamos só connosco”, acrescentou.

A entrevistada, que está a terminar o 12.º ano, na área de Humanidades, abordou a nova realidade a nível escolar “ao início era muito complicado”, o ensino online “exige maior atenção, concentração” e faltaram as conversas com os colegas e os intervalos.

Já a nível social, Beatriz Jardim Pires sente que a pandemia “causou algum impacto”, afinal está numa idade onde criam “mais laços e é mais fácil conhecer amigos”, o que não aconteceu mas “as amizades ficam mais fortes”.

CB/OC

Covid-19: «Scholas Ocurrentes» Portugal promove partilha e reflexão sobre saúde emocional dos jovens

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