Religioso franciscano aborda desafios no acompanhamento da solidão e do sofrimento
Lisboa, 05 nov 2020 (Ecclesia) – Frei Hermínio Araújo, religioso franciscano, defendeu uma atitude de proximidade e compreensão, no acompanhamento de quem sofre e enfrenta a solidão.
“Temos de levar bem a sério o sofrimento”, disse o convidado das ‘Conversas do Silêncio’, que decorrem ao longo de novembro.
O frade franciscano, que tem acompanhado famílias em contexto de luto, da saúde paliativa e da psiquiatria, destaca que a ajuda não implica qualquer solução mágica perante o sofrimento do outro.
“Quando nós sofremos acompanhados, sofremos de uma forma completamente diferente. É isso que está em causa, é isto a consolação”, observa.
Uma das coisas que mais aprendi neste mundo, dos paliativos, no acompanhamento das pessoas em fim de vida, é descomplicar, ir ao essencial”.
Estes cuidados, assinala, ultrapassam a relação com os doentes e alargam-se às famílias e amigos.
“Há conversas que ainda não foram feitas devidamente, dinamismos de reconciliação, fazer as pazes, perdoar e ser perdoado, isso é ir ao essencial”, refere.
Temos de procurar sempre dizer à pessoa que eu não a abandono, que estou incondicionalmente na vida dela”.
Frei Hermínio Araújo sublinha que “a solidão tem vindo a aumentar”, mesmo antes da pandemia, e é “um dos grandes dramas dos tempos de hoje”.
“Temos de estar muito atentos para esta realidade”, apela o religioso.
O entrevistado destaca que os cristãos são desafiados a “estar no mundo do outro”, com uma atitude empática e compassiva, com respostas “concretas”, para “fazer a diferença” nesta solidão.
“Basta um telefonema, uma mensagem”, recomenda.
No mês de novembro, a Agência ECCLESIA apresenta as ‘Conversas do Silêncio’, publicadas online pelas 17h00 e emitidas no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45, de segunda a sexta-feira.
OC