O Convento Franciscano de Montariol, em Braga, distribuiu ontem cerca de mil pães de Santo António, conhecido também como pão dos pobres que foram confeccionados e oferecidos pela padaria Dume. A distribuição aconteceu no final da Eucaristia aos fiéis que neste dia, habitualmente, se deslocam àquele convento franciscano, para reviver a secular tradição do pão dos pobres, recordando a figura de Santo António de Lisboa. A celebração da festa em honra de Santo António começou, depois da concentração junto da capela do Alecrim, com uma procissão que percorreu as rua do Areal e José Gabriel Bacelar, a travessa Nuno de Morais até ao Convento de Montariol. No desfile, aberto com a fanfarra do agrupamento de Gondizalves, da Associação de Escuteiros de Portugal (AEP), foram incorporados quatro andores e alguns estandartes e bandeiras e, ainda, o pálio com a relíquia do Santo Lenho. As crianças e adolescentes que fizeram este ano a Primeira Comunhão e a Profissão de Fé também participaram no desfile que foi acompanhado por muitos devotos e fiéis. A Eucaristia, que se seguiu à procissão, foi presidida pelo padre José Neves e concelebrada pelos padres Paulo Coelho, Sabino, Roque e pelo padre prior, José Pinto, que também orientou a animação musical. Na homilia da celebração, o padre José Neves apresentou Santo António de Lisboa como o «arco-íris de Deus». E interrogou os presentes: «Não parece estranho que alguém que morreu há 777 anos, ainda continue a fascinar pessoas no mundo inteiro?». O sacerdote respondeu a esta questão precisamente mostrando que o santo português (que a Igreja celebra na próxima sexta-feira) é um «reflexo da luz de Deus». Para o franciscano que continuamente realçou a nacionalidade portuguesa de Santo António, «a missão dos santos é fazer reflexo da imagem de Deus no meio dos homens» e, por isso, «as pessoas devem correr atrás dos santos não só para pedir milagres mas também e principalmente para ver Deus na própria vida». A Eucaristia terminou com o ritual da bênção do pão dos pobres à qual se seguiu a bênção final com o Santo Lenho. O prior da comunidade franciscana, padre José Pinto, deu a conhecer o programa festivo que continuou no convento com um almoço convívio e com uma tarde recreativa na qual participaram o Grupo Folclórico da Morreira (Braga) e ainda um grupo de música popular constituído por jovens provenientes de S. Martinho da Gandra (Ponte de Lima). A par da música, houve lugar para vários jogos tradicionais.