Contra a Lepra

O Dia Mundial dos Leprosos celebra-se no último Domingo de Janeiro (este ano será a 25 de Janeiro), foi instituído pela ONU, em 1954, por iniciativa de Raoul Follereau, o qual dedicou mais de 50 anos da sua vida a defender o tratamento, a cura e a dignificação das vítima do flagelo da lepra. Na mensagem para este ano, realça-se que este dia é “uma nova oportunidade para reflectirmos e, connosco, a comunidade em geral, sobre a difícil situação em que vivem milhões de pessoas afectadas pela doença de Hansen – a Lepra”. A Lepra é uma doença infecciosa crónica, caracterizada por um largo período de incubação (vários anos), que se manifesta sobre todo o sistema nervoso periférico e sobre a pele. Afecta uma reduzida proporção de indivíduos “susceptíveis” e apresenta um espectro clínico muito amplo conforme a resposta imunológica de cada paciente. O bacilo responsável pela doença foi identificado em 1873, pelo médico norueguês, Dr. G.H.Armauer Hansen e, até à actualidade, não foi possível cultivá-lo artificialmente, pelo que não existe uma vacina eficaz para a sua prevenção. Apesar dos esforços dos serviços oficiais e do empenho de muitas O.N.G.s, promoverem o tratamento e cura de largos milhares de Leprosos em cada ano, a pobreza, a fome e a falta de higiene fazem aparecer anualmente cerca de 400/500 mil novos casos de Lepra, dos quais 10% são crianças e jovens, em vários países onde a doença é endémica. Raoul Follereau, o Apóstolo dos Leprosos do século XX, dedicou mais de 50 anos da sua vida ao tratamento e cura, à dignificação e à reabilitação dos Leprosos, pelo que a sua Mensagem mantém perfeita actualidade, empenhando-se a Associação Portuguesa Amigos Raoul Follereau (APARF) e tantas outras O.N.G.s na divulgação e realização da sua mensagem a favor desta causa tão nobre e tão humana. A APARF colabora com meios humanos e financeiros na realização de dezenas de projectos de tratamento e cura de vários milhares de Hansenianos. É agradável tratar e curar, mas é desolador ver que há tantos doentes onde não se pode chegar com o tratamento, portanto, não se podem curar. A existência de milhões de doentes impõe-nos a reflexão e a obrigação de disponibilizarmos algo do nosso supérfluo, e, quantas vezes do nosso essencial, para partilharmos com estes seres humanos, nossos semelhantes, que nada têm para além da esperança que alguém os ajude, de modo a poderem participar da dignidade reconhecida a todos os membros da sociedade.

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Agência ECCLESIA

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