Bento XVI encontrou-se com organizações de acção social e pede mais autonomia às instituições da Igreja
Bento XVI criticou esta Quinta-feira os projectos legislativos que não defendem a família “instituída sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher”.
O Papa falava a centenas de membros de organizações de pastoral social, reunidos na igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, que irromperam em aplausos quando reafirmou a oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao aborto..
“As iniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua concepção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum”, disse, fazendo uma pausa no ritmo do seu discurso.
A intervenção ganha relevo num momento em que já que está para promulgação pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o diploma sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O Papa criticou também os “mecanismos socio-económicos e culturais que levam ao aborto”, elogiando quantos, na Igreja Católica, se empenham em favor de “iniciativas sociais e pastorais (…) que têm em vista a defesa da vida e a reconciliação e a cura das pessoas feridas pelo drama do aborto”.
Mais uma vez o seu discurso foi interrompido por uma salva de palmas.
Bento XVI deixou uma palavra de estímulo às actividades educativas e caritativas da Igreja, pedindo que as mesmas “sejam completadas com projectos de liberdade que promovam o ser humano, na busca da fraternidade universal”.
“Aqui se situa o urgente empenhamento dos cristãos na defesa dos direitos humanos, preocupados com a totalidade da pessoa humana nas suas diversas dimensões”, prosseguiu.
Segundo o Papa, todo este conjunto de iniciativas “constituem juntamente com muitas outras formas de compromisso, elementos essenciais para a construção da civilização do amor”.