Continuam os contactos entre o Vaticano e a China

Apesar das ordenações ilícitas de dois bispos pela Associação Patriótica chinesa, o Cardeal Joseph Zen, Arcebispo de Hong Kong, garante que as negociações vão continuar. O Cardeal Zen esteve recentemente em Roma onde se encontrou com altos dignitários da Santa Sé e para tomar posse da sua igreja titular em Roma. Segundo o cardeal, os contactos entre Pequim e a Santa Sé “vão continuar apesar da ordenação de dois bispos pela Associação Patriótica”. “É improvável que exista uma solução rápida para este dilema. Começamos recentemente sérias negociações e certamente não haverá um acordo tão cedo”, esclareceu D. Joseph Zen. “Após a tensão durante o mês passado, o panorama está mais calmo agora”, acrescentou o cardeal que em Maio defendeu a suspensão das negociações por “má conduta” da China, por ter ordenado bispos sem o conhecimento e a aprovação por parte do Vaticano. A Santa Sé respondeu duramente após as ordenações recordando que estes actos levariam a uma excomunhão latae sententiae (delito de apostasia, heresia ou cisma) e que colocavam entraves ao diálogo com a China. O Papa Bento XVI tem expressado a sua esperança no reatamento das relações entre o Vaticano e a China, interrompidas desde a Revolução Cultural e a subida ao poder de Mao Tsé-Tung. Desde o início deste pontificado registaram-se vários sinais de aproximação e de expressão de mútua boa vontade. Em Março, a Santa Sé divulgou, por exemplo, que o Papa gostaria de visitar a China, caso fosse convidado. A China exigiu que o Vaticano deixasse de reconhecer Taiwan como país independente da China (obtendo aparentemente o consentimento do Vaticano neste ponto) e que o Vaticano aceitasse também a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica, controlada pelo Estado. Nesta questão a posição da Santa Sé manteve-se inalterável.

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