Construir a verdadeira cidade

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, sublinhou, dia 22 de Junho, em Guimarães que as cidades correm o risco de ameaçar o seu futuro caso decidam apostar num progresso sem alma e sem espírito. “Numa cidade podemos ter tudo, porventura as melhores estruturas, mas se nos faltar o sentido do sobrenatural e o relacionamento de uns com os outros na perspectiva do encontro com Jesus Cristo concerteza que essa cidade estará a caminhar para a sua própria ruína” – afirmou D. Jorge Ortiga. O prelado, que presidia à missa do 150.º aniversário da elevação de Guimarães a cidade, na Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, referiu que as pessoas não devem ter medo de encarar a vida, seja a social, a política ou outra, numa relação com os “princípios do sobrenatural, aqueles que se identificam com a mensagem de Jesus”. “Talvez seja este o grande desafio dos tempos que correm” – disse D. Jorge Ortiga acrescentando que as “questões materiais não podem fazer esquecer o que é essencial”. De acordo com o arcebispo de Braga, são os princípios cristãos que nos identificam na nossa história passada e continuarão a identificar também numa história futura. “O Cristianismo nem sempre se vê, mas o Cristianismo é tão leal que faz falta à Europa e às nossas cidades, no nosso Portugal tradicionalmente cristão” – lembrou. No seu entender, se permitirmos que Jesus Cristo “adormeça” ou deixarmos que a tradição cristã seja “sepultada no pós da história”, estaremos também a construir a nossa própria destruição. Referindo-se concretamente à cidade de Guimarães, o Arcebispo de Braga disse que “muita coisa boa foi realizada”, mas também “algo menos positivo aconteceu” ao longo dos seus 150 anos de história. “A cidade nova não se constrói só de bonitos discursos. Tudo é importante, mas a cidade nova constrói-se com a vida, com o testemunho, com a realização dos princípios de Deus. Sejamos capazes de construir esta história, esta história para uma cidade nova, a cidade da justiça, da fraternidade, do amor, da igualdade, do respeito mútuo, da transparência, e do respeito pelo pensamento alheio” – desafiou

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