A presidência irlandesa da UE não propôs nenhuma referência ao Cristianismo no projecto de Constituição para a UE que foi transmitido aos 25 Estados-membros para preparar as últimas negociações sobre o texto, que decorrerão esta semana. Os chefes de Estado e de Governo da UE chegaram a um compromisso, na Cimeira da Primavera que teve lugar em Março para adoptar o projecto de Constituição europeia “o mais tardar” na próxima cimeira, a 17 e 18 de Junho. A presidência da UE explica num documento publicado neste Domingo que “nenhum consenso foi obtido” em favor da inserção de uma referência expressa à “herança cristã ou judeo-cristã” da Europa no preâmbulo da Constituição. Portugal e outros seis Estados-membros da UE lançaram em Maio uma iniciativa em favor da inscrição de uma referência ao Cristianismo no futuro Tratado Constitucional. A informação foi avançada por responsáveis do Governo polaco, um dos países que mais se tem batido por esta causa. A lista de signatários inclui ainda a Itália, Lituânia, Malta, Polónia, República Checa e Eslováquia. No início do mês de Maio, mais de um milhão de assinaturas, apelando a uma referência ao legado judaico-cristão no preâmbulo do futuro Tratado Constitucional da União Europeia, foram entregues à presidência irlandesa da UE. O movimento em torno da petição popular lançada em Outubro passado chegou ao número de 1.066.258, entre as quais se incluem 75 mil assinaturas portuguesas. Na última proposta da presidência da União é feita referência às “heranças culturais, religiosas e humanistas” da Europa que já figurava no preâmbulo proposto pela Convenção Europeia, presidida por Valéry Giscard d’Estaing.
