Consistório reforçou universalidade da Igreja

Bento XVI juntou ao Colégio Cardinalício seis novos responsáveis vindos das regiões de África, Ásia e América

Cidade do Vaticano, 24 nov 2012 (Ecclesia) – Bento XVI criou hoje seis novos cardeais, incluindo o patriarca libanês Béchara Boutros Raï e o arcebispo indiano D. Baselios Cleemis Thottunkal, que aos 53 anos se tornou o mais jovem purpurado da Igreja Católica.

Durante o consistório público que decorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa destacou o significado desta celebração para a missão “universal” da Igreja, que à imagem de Cristo, quer “abraçar toda a humanidade”.

A cerimónia, que juntou ao colégio cardinalício representantes da África, Ásia e América, permitiu “pôr em evidência que a Igreja é de todos os povos, e por conseguinte exprime-se nas várias culturas dos diversos Continentes”, realçou Bento XVI.

Além do patriarca libanês de Antioquia dos maronitas, com 72 anos, e do arcebispo maior de Trivandrum dos siro-malakares, na Índia, a lista de novos purpurados inclui o norte-americano James Michael Harvey, de 63 anos, que passa a ser arcipreste da Basílica papal de São Paulo fora de muros, em Roma.

Os outros três cardeais designados são D. John Olorunfemi Onaiyekan, de 68 anos, arcebispo de Abuja (Nigéria); D. Rubén Salazar Gómez, com 70 anos, arcebispo de Bogotá (Colômbia); e D. Luis Antonio Tagle, de 55 anos, arcebispo de Manila (Filipinas), sedes diocesanas cujos prelados são, por norma, integrados no colégio cardinalício.

Aos novos cardeais, Bento XVI pediu para serem “intrépidos servidores do Evangelho” e para contribuírem para o anúncio do “novo reino” de Deus, que “vence toda a fragmentação e dispersão”.

Com o consistório deste sábado, o número de cardeais da Igreja Católica subiu para 211, 120 dos quais com direito a voto num eventual conclave para a eleição do Papa; 11 desses cardeais vão completar 80 anos de idade até final de 2013, deixando assim de ser eleitores.

Os requisitos para ser criado cardeal são, de modo geral, os mesmos que estabeleceu o Concílio de Trento na sua sessão de 11 de novembro de 1563: homens que receberam a ordenação sacerdotal e se distinguem pela sua doutrina, piedade e prudência no desempenho dos seus deveres.

Paulo VI (1897-1978) fixou em 120 o número de cardeais eleitores do Papa e estabeleceu como idade limite para a possibilidade de votar os 80 anos, disposições que foram confirmadas por João Paulo II (1920-2005) e Bento XVI.

O atual Papa já criou 90 cardeais, 84 dos quais ainda vivos (67 eleitores), incluindo o português D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, em fevereiro deste ano.

O Colégio Cardinalício tem atualmente membros de 66 países, 48 dos quais com cardeais eleitores, entre eles Portugal, representado por D. Manuel Monteiro de Castro e D. José Policarpo, patriarca de Lisboa.

O grupo de 120 cardeais com menos de 80 anos fica assim distribuído geograficamente: Europa – 62, América Latina – 21, América do Norte – 14, África -11, Ásia – 11 e Oceânia – 1.

Os países mais representados neste lote são a Itália (28 cardeais), Estados Unidos da América (11), Brasil (6), Alemanha (6), Espanha e Índia (5 cada), com mais de metade do total de eleitores.

JCP/OC

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Agência ECCLESIA

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