Consistório 2024: Papa reforça grupo de cardeais que vai escolher sucessor

A partir do consistório deste sábado, 110 dos 140 eleitores do novo Colégio Cardinalício foram escolhidos por Francisco

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 05 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa vai presidir este sábado ao décimo consistório do seu pontificado, para a criação de 21 cardeais, incluindo o arcebispo de Teerão e vários colaboradores próximos da Cúria Romana.

A partir de 7 de dezembro, 110 dos futuros eleitores num eventual conclave terão sido escolhidos pelo Papa Francisco – a que se somam 24 por Bento XVI e seis por São João Paulo II.

O próximo consistório, anunciado a 6 de outubro, por Francisco, vai decorrer este sábado pelas 16h00 de Roma (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro.

A lista inclui 20 futuros eleitores, num eventual conclave, e o antigo núncio apostólico D. Angelo Acerbi, com 99 anos de idade.

A celebração começa com uma saudação dos novos cardeais, antes da oração proferida por Francisco, a leitura de uma passagem dos Atos dos Apóstolos e a homilia.

Após esta intervenção, o Papa lê a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão; segue-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Cada um dos novos cardeais ajoelha-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação.

Francisco entrega ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

Já a 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição, o Papa e os membros do Colégio Cardinalício celebram a Missa na Basílica do Vaticano, pelas 09h30 locais.

O bispo ucraniano D. Mykola Bychok, da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos (Austrália), de 44 anos, vai tornar-se o mais jovem membro do Colégio Cardinalício.

Este será o décimo consistório do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017, 28 de junho de 2018, 5 de outubro de 2019, 28 de novembro de 2020, 27 de agosto de 2022 e 30 de setembro de 2023.

Inicialmente, o Papa tinha escolhido o bispo indonésio de Bogor, D. Paskalis Bruno Syukur, que anunciou a sua renúncia ao cardinalato a 22 de novembro; Francisco chamou depois para o Colégio Cardinalício D. Domenico Battaglia, arcebispo de Nápoles (Itália).

Lista dos futuros cardeais, por ordem de anúncio

D. Angelo Acerbi (Itália), núncio apostólico – não-eleitor

D. Carlos Gustavo Castillo (Peru), arcebispo de Lima

D. Vicente Bokalic Iglic (Argentina), arcebispo de Santiago del Estero

D. Luis Gerardo Cabrera (Equador), arcebispo de Guaiaquil

D. Fernando Chomali Garib (Chile), arcebispo de Santiago

D. Tarcísio Isao Kikuchi, (Japão), arcebispo de Tóquio

D. Pablo Virgilio Siongco David (Filipinas), bispo de Kalookan

D. Ladislav Nemet (Sérvia), arcebispo Belgrado

D. Jaime Spengler (Brasil), arcebispo de Porto Alegre

D. Ignace Bessi Dogbo (Costa do Marfim), arcebispo de Abidjan

D. Jean-Paul Vesco (França), arcebispo de Argel (Argélia)

D. Dominique Joseph Mathieu (Bélgica), arcebispo de Teerão (Irão)

D. Roberto Repole (Itália), arcebispo de Turim

D. Baldassare Reina (Itália), bispo auxiliar de Roma, novo vigário-geral

D. Francis Leo (Canadá), arcebispo de Toronto

D. Rolandas Makrickas (Lituânia), arcipreste coadjutor da Basílica de Santa Maria Maior, Roma

D. Mykola Bychok (Ucrânia), bispo da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos (Austrália)

Padre Timothy Radcliffe (Inglaterra), religioso dominicano, teólogo

Padre Fabio Baggio (Itália), subsecretário da Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé)

Mons. George Jacob Koovakad (Índia), responsável pelas viagens pontifícias, Secretaria de Estado do Vaticano

D. Domenico Battaglia (Itália), arcebispo de Nápoles

O Colégio Cardinalício tem hoje 232 membros (120 eleitores, 112 cardeais com mais de 80 anos), incluindo D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; e D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, todos criados pelo Papa Francisco.

Aos quatro eleitores num eventual conclave somam-se D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, criado cardeal por Bento XVI; e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, criado cardeal por São João Paulo II, ambos com mais de 80 anos.

OC

Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceânia – então com 22 cardeais eleitores na soma dos três continentes.

A partir do próximo consistório, a Europa passa a representar 40% do total, com 57 eleitores (alguns dos quais com responsabilidades eclesiais noutros continentes), a América com 38, a Ásia com 24, África com 18 e a Oceânia com 3.

Até final de 2025, 15 cardeais eleitores vão completar 80 anos, deixando assim de poder eleger o novo Papa, num eventual conclave.

 

 

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Agência ECCLESIA

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