Ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares representou executivo nacional na cerimónia em que D. Américo Aguiar foi criado cardeal
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 30 set 2023 (Ecclesia) – A representante do Governo português no consistório público que decorreu hoje no Vaticano disse aos jornalistas que a criação de D. Américo Aguiar como cardeal é um reconhecimento do seu percurso pessoal e do sucesso da JMJ 2023.
“É não só o reconhecimento do seu percurso pessoal dentro da Igreja, mas também o reconhecimento do Papa Francisco, que teve a oportunidade de o dizer, pela excelência da organização da Jornada Mundial da Juventude” em Lisboa, referiu Ana Catarina Mendes, após a sessão de cumprimentos ao novo cardeal português.
Após evocar a “relação histórica” entre Portugal e a Santa Sé, a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares saudou o cardeal D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e bispo eleito de Setúbal, como um homem “mobilizador, de uma energia imensa”.
“Para mim, enquanto governante e representante do Estado, é também um orgulho que Portugal possa ser visto com esta magnitude, nas várias dimensões que temos na nossa sociedade e de que a Igreja também faz parte”, apontou.
Questionado sobre o papel que o novo cardeal pode ter, enquanto bispo de Setúbal, diocese de que toma posse a 26 de outubro, Ana Catarina Mendes sublinhou que este é um “distrito com enormes potencialidades de desenvolvimento” e “imensos desafios sociais”.
“Penso que D. Américo Aguiar, com a sua energia, com a sua competência, com a sua capacidade de mobilizar, será uma voz também ativa para, em conjunto, encontrarmos as soluções que são necessárias para um território tão interessante como é o território de Setúbal”, declarou.
A responsável falou ainda dos desafios levantados pelo acolhimento das comunidades migrantes, uma das “prioridades” partilhadas com a Igreja Católica.
Outro ponto em comum é a defesa do ambiente, tendo Ana Catarina Mendes comentado a publicação, a 4 de outubro, de uma nova exortação do Papa sobre a ecologia integral (Laudate Deum), em continuidade com a encíclica ‘Laudato Si’, de 2015.
“É mais um contributo para que todos nós, responsáveis políticos, atores na cena política, possamos ter as respostas necessárias para combater as alterações climáticas, que atingem os mais vulneráveis. É bom não esquecer os alertas que são feitos a anos”, apelou.
A ministra adjunta adiantou que, nos próximos dias, será apresentado ao Parlamento um relatório sobre o impacto da JMJ, sublinhando “a vivência dos jovens que chegaram a Portugal”, no último mês de agosto.
“Mais uma vez, Portugal afirmou-se com um país de encontro, que respeita as várias religiões, que sabe acolher, que deixa saudades para que as pessoas voltem”, indicou.
O consistório para a criação de 21 cardeais, entre eles 18 futuros eleitores, decorreu na Praça de São Pedro, com a presença de 12 delegações oficiais.
O primeiro-ministro português, António Costa, desejou as “maiores felicidades” a D. Américo Aguiar, indicando que a criação como cardeal e é um “sinal do reconhecimento do seu mérito e trabalho”.
Numa mensagem na conta oficial do chefe do executivo português no Twitter, Costa refere que o novo cardeal “vai para uma Diocese muito importante e exigente, Setúbal, onde seguramente também fará um excelente trabalho”.
Este foi o nono consistório do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017, 28 de junho de 2018, 5 de outubro de 2019, 28 de novembro de 2020 e 27 de agosto de 2022.
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