Consistório 2016: Vaticano veste-se de vermelho para rito de entrega do barrete e do anel cardinalícios

Francisco preside a terceira cerimónia de criação de cardeais no seu pontificado

Cidade do Vaticano, 19 nov 2016 (Ecclesia) – O Vaticano veste-se hoje em tons de vermelho para a celebração, em latim, do consistório público para a criação de 17 cardeais, a terceira celebração do género no pontificado de Francisco.

O rito de entrega do barrete e do anel decorre na Basílica de São Pedro, a partir das 11h00 (hora local, menos uma em Lisboa), refere o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

A celebração começa com um momento de oração em silêncio, do Papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação do primeiro dos novos cardeais, D. Mario Zenari (núncio apostólico na Síria), em nome de todos os presentes, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.

Após esta intervenção, Francisco lê a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.

Depois tem lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Cada um dos novos cardeais ajoelha-se, depois, para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação.

Francisco entrega ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

Os novos cardeais eleitores são: D. Mario Zenari (Itália), núncio apostólico [representante diplomático da Santa Sé] na Síria; D. Dieudonné Nzapalainga (República Centro-Africana), arcebispo de Bangui; D. Carlos Osoro Sierra (Espanha), arcebispo de Madrid; D. Sérgio da Rocha (Brasil), arcebispo de Brasília; D. Blase J. Cupich (EUA), arcebispo de Chicago; D. Patrick D’Rozario, arcebispo de Daca (Bangladesh); D. Baltazar Enrique Porras Cardozo (Venezuela), arcebispo de Mérida; D. Jozef De Kesel (Bélgica), arcebispo de Bruxelas; D. Maurice Piat (Maurícia), arcebispo de Port-Louis; D. Kevin Joseph Farrell (EUA), prefeito do Dicastério para os Leigos, Vida e Família (Santa Sé); D. Carlos Aguiar Retes (México), arcebispo de Tlalnepantla; D. John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova-Guiné); D. Joseph William Tobin (EUA), arcebispo nomeado de Newark, até agora arcebispo de Indianápolis.

Francisco vai ainda nomear dois arcebispos e um bispo emérito, com mais de 80 anos, que se distinguiram no seu serviço pastoral”: D. Anthony Soter Fernandez (Malásia), arcebispo emérito de Kuala Lumpur; D. Renato Corti, arcebispo emérito de Novara (Itália); D. Sebastian Koto Khoarai, bispo emérito de Mohale’s Hoek (Lesotho).

Entre os cardeais com mais de 80 anos está também o padre Ernest Simoni – que fez Francisco chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista – como reconhecimento pelo seu “claro testemunho cristão”.

O consistório para a criação de cardeais é uma cerimónia que se desenvolveu ao longo dos séculos, dando origem a um cerimonial próprio, que é hoje público.

Ao longo de centenas de anos, o anúncio era feito num consistório secreto, no qual o Papa anunciava o nome dos novos cardeais, que recebiam depois um “bilhete” com essa nomeação.

Após o Concílio Vaticano II (1962-1965), o consistório foi sendo sucessivamente simplificado até à fórmula atual, aprovada pelo Papa Bento XVI em 2012, que unificou o rito de entrega do barrete e do anel cardinalícios.

OC

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Agência ECCLESIA

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