O turismo apresenta-se como um dos “fenómenos humanos e económicos mais marcantes dos tempos hodiernos, com notável tendência de crescimento e diversificação acentuadas” – constataram os participantes das jornadas realizadas em Angra do Heroísmo sobre “O coração do Turismo é o Homem”. E acrescentaram: “dos 25 milhões em 1950, 567 milhões em 2000, prevê-se para 2020 um volume na ordem de um bilião e 500 milhões de turistas”. A Diocese, ao promover esta iniciativa, pretendeu assinalar a celebração do XXVI Dia Mundial do Turismo – 27 de Setembro – para o qual a Organização Mundial do Turismo indicou como tema: “Viagens e transportes: do mundo imaginário de Júlio Verne à realidade do séc. XXI”. Perante o crescimento de peregrinos a atestar uma «nova primavera» das peregrinações a santuários e a outros lugares religiosos – católicos e de outras religiões – “a Igreja é chamada a ler neste fenómeno o anseio humano a «peregrinar espiritualmente» e uma ocasião de colmatar o «déficit de humanidade» que a sociedade hoje apresenta”- recomendam os participantes. “A Mobilidade Humana é um serviço pastoral”, segundo o Pe Costa Freitas, no entanto “a Pastoral do Turismo carece de um Director Nacional há anos” – lamentou o Pe. Rui Pedro. Director da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM). Actualmente, o turismo movimenta “mais gente que as migrações. Demonstra grandes potencialidades de evangelização, ao favorecer o encontro de povos e potencia o desenvolvimento de regiões subdesenvolvidas. Viajar com os pés, como usufruto materialista, pode explorar e humilhar. Viajar com o coração é um desafio ao encontro intercultural” – explica o Pe. Rui Pedro, um dos oradores deste seminário. Com o objectivo da “humanização” e “sustentabilidade” da actividade turística e suas consequências, do ponto de vista de quem visita ou é visitado, investe directamente ou usufruí de emprego, acha-se importante a divulgação e exigência de aplicação do Código Ético Mundial do Turismo, aprovado pela OMT em 1999 – referiram os participantes. A par da tradicional “arte de bem receber” que se reconhece aos portugueses, apelar também à «arte de bem viajar», suscitando “nos nossos turistas o respeito pelo ambiente, pelas culturas e tradições religiosas, pelas próprias populações, especialmente em países subdesenvolvidos, em ordem a um turismo «responsável», «humanizante», «sustentado» e «solidário» – salientam as conclusões. Notícias relacionadas •O Coração do Turismo é o Homem