Conselho Pastoral Diocesano reuniu em Lisboa

Em consonância com o Programa Pastoral Diocesano do Patriarcado de Lisboa, a “Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”, na sua expressão bíblica, doutrinal e pastoral, constituiu o ponto-chave da Agenda do Conselho Pastoral Diocesano que se reuniu, no sábado 21 de Junho, no Seminário Maior dos Olivais, sob a presidência do Cardeal Patriarca de Lisboa. Na sua palavra introdutória, Dom José da Cruz Policarpo traçou para os 34 conselheiros presentes, as linhas gerais em que se fundamenta o tema daquele Programa à volta da Palavra de Deus, assim como a sua projecção universal, pois é também o tema do Sínodo dos Bispos, a realizar em Roma em Outubro próximo. Seguidamente, enunciou as três propostas para reflexão e debate do Conselho, traduzidos na Bíblia, na Doutrina Social da Igreja e na sua Carta Pastoral, endereçada em 18 de Maio passado, aos diocesanos de Lisboa. 1. Relativamente à Bíblia, os Conselheiros foram informados dos resultados finais do inquérito lançado às comunidades cristãs, tendo o P. Paulo Franco feito uma leitura interpretativa do respectivo inquérito, que já tinha sido apresentado, há duas semanas atrás, à comunicação social. Os aspectos que mereceram especial referência cifram-se na posse e leitura da Bíblia, o maior ou menor acolhimento que a Bíblia encontra, segundo o grau de actividades que os leitores desenvolvem na Pastoral da Igreja, e na percentagem (25%) dos que ainda desconhecem ou se interrogam sobre a maneira como Deus comunica com a humanidade. Ainda acerca da Bíblia, os participantes no Conselho puderam apreciar o livro Um ano a caminhar com S. Paulo, da autoria de D. Anacleto Oliveira, bispo-auxiliar do Patriarcado de Lisboa, que, nas palavras do Cardeal Patriarca, é, no Ano Paulino, a inaugurar no próximo dia 29 de Junho, um instrumento de trabalho, um itinerário espiritual, um compêndio catequético e um convite à acção dos cristãos na Igreja e no mundo. Numa maior abrangência, a obra de D. Anacleto não só se destina às dioceses de Portugal mas também às dioceses de Benguela, Huambo e de Cabo Verde, numa prática de parceria pastoral e em projectos de geminação com estruturas da Igreja em Portugal. 2. Quanto à Doutrina Social da Igreja, recordou-se a forma como o tema foi tratado no último Dia da Igreja Diocesana (18 de Maio de 2008) referindo os Cadernos preparados para esse Dia, e que tratam, entre outras, questões ligadas à Família, ao Trabalho, à Vida Económica, à Comunidade Política, à Comunidade Internacional e Paz. Além do incentivo a que as comunidades cristãs busquem os instrumentos mais adequados para que a Doutrina Social da Igreja se aprofunde (e neste ponto falou-se nos pequenos grupos interessados nesse aprofundamento) e dê aos cristãos a visão para intervir, enquanto tais, na vida social, em todas as suas áreas. Nessa linha, Dom José Policarpo recordou a mais valia que a Acção Católica trouxe à Igreja pelo espírito apostólico que a animou, e ainda hoje anima, e pela metodologia que parte do real e se ilumina pela Fé. 3. Por fim, a Carta Pastoral do Cardeal Patriarca, A Igreja no tempo e em cada tempo, foi objecto duma longa reflexão e debate. Após uma apresentação da mesma por parte do seu autor, Dom José da Cruz Policarpo referiu-se ao motivo que esteve na origem da sua redacção, ou seja, a necessidade de revitalizar hoje o Concílio Vaticano II na riqueza dos seus textos. Em seguida, referiu e explicou o conteúdo de cada um dos capítulos da Carta Pastoral. A importância do tema revelou-se na forma escolhida no Conselho para o seu tratamento. Os conselheiros, distribuídos por quatro grupos, procuraram sinalizar os desafios à evangelização, contidos na Carta, sendo distribuído a cada grupo um certo número de pontos em que o documento se desenvolve. Das reflexões aí feitas, subiram ao Plenário comentários, interrogações e sugestões de que se destaca: a. a necessária reanimação espiritual e urgente revisão pastoral, para que a Carta Pastoral alcance os seus objectivos e propósitos; b. a variedade de pessoas e sectores sociais, que pede uma acção também diferenciada; c. atitudes com o serviço, a proximidade ao outro e a intervenção social são meios imperativos para que a sociedade se dê conta da identidade do cristão, e o valor do seu empenhamento no tempo presente; d. como pressuposto de tudo, foi sublinhado o valor da vida sobrenatural e as suas fontes: a Palavra de Deus e os Sacramentos; e. assinalados alguns espaços pastorais que devem ser mediadores da mensagem do Cardeal Patriarca. f. sugeriram-se novos assuntos, relativos à Igreja e à Sociedade, que poderiam ser objecto, no futuro, dum documento como a presente Carta. Esta longa partilha abriu caminho a um debate informal sobre a situação socio-económica que o país e o mundo enfrentam presentemente, bem como à resposta que o Patriarcado, através das suas estruturas próprias, vem dando a esta conjuntura que, tudo leva a crer, se agravará num futuro próximo. Neste contexto, Dom José da Cruz Policarpo começou por traçar um quadro geral da situação, e a interrogar-se sobre os meios de que a Igreja dispõe actualmente para entender e agir, medindo as soluções, por imperativo da sua missão. A encerrar, o Cardeal Patriarca agradeceu o contributo dos Conselheiros, e sublinhou a importância de congregar esforços para que se caminhe, em Igreja, num dinamismo coeso e a acção seja fecunda e evangelizadora. O Conselho Pastoral Diocesano, nesta sua sessão, elegeu o seu coordenador, Cón. Francisco Tito Espinheira e Secretário da Comissão Permanente, o Dr. Manuel Luís Marinho Antunes.

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Agência ECCLESIA

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