O “perdão imediato e total” da dívida externa do Haiti, fruto de políticas “brutais” das quais o povo caribenho “não obteve nenhum benefício”: foi o que pediu o Conselho Mundial de Igrejas.
Apesar de o Haiti ter obtido em Junho passado, por parte das instituições financeiras internacionais, o cancelamento de 1,2 milhões de dólares da sua dívida externa – evidencia-se na nota, assinada pelo secretário-geral do Conselho, o Rev. Olav Fykse Tveit – o país caribenho deve ainda 641 milhões de dólares.
Segundo o Rev. Tveit, “mais da metade” dessa dívida deriva das escolhas erradas de François e Jean-Claude Duvalier, de 1957 a 1986.
O Conselho ressalta que é ilegítimo “obrigar o Haiti a efectuar pagamentos da dívida em detrimento da assistência médica, da educação e de outros programas sociais”.
Segundo o organismo, que representa 340 Igrejas cristãs de todas as tradições, é necessário que a nova assistência financeira não chegue em forma de empréstimos.
No documento do Conselho são recordadas também as dificuldades e os riscos da reconstrução. Segundo o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas, deve ser desenvolvido um plano a médio e longo prazo com a plena participação do povo do Haiti e com o apoio da comunidade internacional, sob a coordenação da ONU.