Conselho da Europa: Educar sem condicionar a criança, defende presidente da Comissão dos Direitos Humanos

Nenhuma instituição ou pessoa poderá «possuir» o ser humano, sublinha padre Gabriel Nissim

Coimbra, 08 Jan (Ecclesia) – O presidente da Comissão dos Direitos Humanos no Conselho da Europa defendeu hoje que “a educação não deve ter como objectivo condicionar desde o início a criança”, mas fazer com que as suas potencialidades se revelem”.

“Um ser humano revela tal natureza que nenhuma instituição, nenhuma pessoa o poderá ‘possuir’ alguma vez”, afirmou o padre Gabriel Nissim no encontro ‘O direito à liberdade de aprender e ensinar’, organizado pelo Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra.

Para o religioso da Ordem dos Pregadores (Dominicanos), a educação é “muito mais do que transmitir conhecimentos” e “o que importa perante um ser humano em transformação, qualquer que seja, é o que ele vai ser e o que poderá trazer à humanidade, tudo o que ninguém para além dele poderá trazer”.

Numa intervenção dedicada à situação dos Direitos Humanos, o teólogo e filósofo francês de origem italiana afirmou que “nenhum Governo pode fazer o que lhe apetece sem se submeter à crítica seja das organizações internacionais, seja por parte da sociedade civil”.

A terminar, o padre Gabriel Nissim sublinhou que os Direitos do Homem “fazem parte do domínio dos valores”, pelo que, mesmo sendo “aplicados de acordo com a lei, só serão vivos e efectivos quando fizerem parte das convicções mais profundas de todos”.

“Uma convicção pode ser apresentada, proposta, defendida pela argumentação”, e é neste domínio que a educação tem uma “importância vital”, concluiu.

O Conselho da Europa, actualmente com 47 Estados, tem como objectivo consolidar princípios democráticos baseados em textos de referência sobre a dignidade da pessoa.

A Comissão dos Direitos Humanos no Conselho da Europa congrega cerca de 160 organizações não governamentais.

RM

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