Consagrados chamados mais à contemplação do que à acção

Bispo de Viana presidiu à celebração na Sé A vida dos consagrados tem como finalidade principal «a contemplação das coisas divinas e a união assídua com Deus, que realizam na Eucaristia», disse sexta-feira, na Sé Catedral, D. José Pedreira, durante a celebração do Dia Diocesano da Vida Consagrada, sob o lema “Da Eucaristia à missão”, referindo que ela se destina «mais ao ser do que ao fazer». Na vigília da festa da Apresentação do Senhor, o prelado salientou que Jesus e Maria «configuram as características fundamentais da vida consagrada », pois o Filho aparece como a «expressão máxima do consagrado, casto, pobre e obediente à missão» e Maria, «purificada pela luz de Cristo», revela-se «disponível para o cumprimento da missão que Deus lhe confiara». A missão culmina na paixão e ressurreição, tiveram um momento próprio no tempo, há cerca de dois mil anos, mas se perpetuam até ao fim dos tempos sempre que cumprimos o mandato do Senhor: «fazei isto em memória de mim», e, mais adiante, «Eu estarei convosco até ao fim dos tempos». Daí que a Eucaristia seja o centro da vida da Igreja, frisou o Bispo de Viana, que espera que todos os fiéis leigos tenham uma «concepção fundamental da sua vivência religiosa, pessoal, familiar, paroquial », tendo-a como «alimento indispensável da sua fé, factor do seu crescimento na intimidade de comunhão com Deus e, seja qual for a sua profissão ou estado de vida, lugar onde viver diariamente a novidade cristã». A Eucaristia constitui com a espiritualidade sacerdotal uma só realidade, explicou D. José Pedreira, recordando que o «sacerdócio sem Eucaristia não faria sentido pleno duma vocação», nem a «Eucaristia, sem sacerdócio, não podia existir». O consagrado que deixou tudo para seguir a Cristo, que se esvaziou dos elementos terrenos, «estiolará necessariamente se não se encher de Cristo». O testemunho alegre e feliz não surgirá, assegurou o prelado, se a Eucaristia não fizer parte integrante e fundamental da vida que «revela o amor em comunidade, o amor ao próximo, que nos leve a alcançar o ser humano na história». Tendo Cristo vindo dar testemunho da verdade, a vida dos consagrados «deve aproximar- se deste ideal, tender constantemente para lá, até ao dom pleno de si mesmo, até ao martírio», disse, porque sempre foi considerado na história da Igreja como «apogeu do novo culto espiritual». D. José Pedreira concluiu pedindo ao Senhor, em dia de renovação dos votos dos consagrados, que lhes dê «força e alegria espiritual» para viverem o carisma que cada um abraçou com total entrega.

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