Conjugalidade, Parentalidade de hoje: Diversidades e Evolução

Conclusões do Encontro – Peregrinação dos CPM 1. Quais os principais desafios que se colocam hoje, aos casais e aos Pais Portugueses? 1 – O facto de vivermos numa sociedade que não comunga e, por vezes, hostiliza os valores da família, que coloca o “ter” à frente do “ser” ou em que a noção do dever e do respeito pelos outros são considerados antiquados, coloca novos desafios aos casais e aos pais portugueses. Por outro lado a situação económica de muitas famílias e as cada vez maiores exigências que as empresas colocam aos seus trabalhadores, que não levam em conta as suas responsabilidades familiares, diminuem significativamente o tempo que aquelas dispõem para se encontrarem. Também as alterações, sejam elas tecnológicas, culturais ou sociais, lançam desafios que é preciso ultrapassar. É, contudo, nas próprias famílias que se encontra a solução para estes problemas: vivendo em família, partilhando a Fé, sabendo que Deus ama cada um de nós teremos condições para mostrar aos filhos a razão dos valores que lhes propomos, com firmeza mas sem autoritarismo, tendo a coragem de dizer não quando for necessário, sendo sempre imagem do amor de Deus presente no mundo. A intervenção social é da maior relevância, sempre norteada pelo Evangelho e pela procura do bem comum. 2. Como podemos fazer chegar, através do CPM, a mensagem da relevância do Sacramento do Matrimónio, aos casais que já vivem em união de facto ou em casamento civil? 2 – É, hoje em dia, um facto, que alguns dos pares de noivos que se aproximam dos CPM, na sua preparação para o Sacramento do Matrimónio já coabitam, quer porque casaram civilmente, quer porque vivem em união de facto. Mais raramente apresentam-se para receber este sacramento já com filhos, por vezes na altura em que pedem para eles o baptismo. Não sendo a regra, a presença destes pares de noivos introduz, contudo, algumas particularidades na forma como as sessões CPM deverão ser conduzidas. Desde logo através de uma atitude clara de acolhimento e não discriminação, a exemplo de Jesus. Mostrando como Cristo vive connosco o nosso casamento, como nos desafia a ser sempre melhores e a amar mais, a continuar em frente apesar das contrariedades e a viver cada dia o nosso compromisso para toda a vida estaremos a dar vida ao Sacramento do Matrimónio que recebemos e a dar testemunho da sua importância para nós. Aproveitar-se-á esta oportunidade para uma catequese, que será seguramente de anúncio, e procurar-se-á aprofundar o significado do sacramento, sobretudo de forma testemunhal. Será de primordial importância a presença e apoio do Assistente da equipa. Finalmente, foi reconhecida a necessidade do nosso próprio aprofundamento na Fé e na doutrina da Igreja. 3. Em que medida os sintomas de”crise” nos tem motivado, como equipa, a procurarmos novas dinâmicas? 3 – Aquilo a que chamámos “crise” – a diferente forma como alguns dos noivos se nos apresentam, afastados da vivência da Fé – constitui uma grande oportunidade de crescimento para as equipas CPM. Acreditamos ser necessária uma maior preparação das equipas, dando especial relevo à Revisão de Vida, sem esquecer o estudo dos documentos da Igreja relativos à Família e ao Matrimónio, e o aprofundamento do conhecimento das Escrituras. É fundamental que cada um de nós esteja consciente que tem de ser testemunha da presença de Deus e do Seu amor, em especial para com cada um dos noivos. Teremos de ser muito exigentes com a qualidade em tudo o que fazemos, desde o modo como nos preparamos à nossa forma de estar, passando pela documentação e pela dinâmica das sessões. Neste último aspecto é da maior importância que se saiba “ler” o grupo de noivos e que a mensagem se adeqúe às suas necessidades e linguagem sem, contudo, transigir na Verdade. 4. Em que medida as equipas de CPM podem apoiar as paróquias na fase de preparação remota, a partir da adolescência, juventude e pares de namorados? O CPM tem a sua área específica de actuação que é a preparação imediata do Matrimónio. Em alguns casos esta área é alargada à preparação próxima. É nossa percepção, contudo, que a preparação para o Matrimónio deve começar desde a infância, em casa, e continuar na adolescência e juventude. Não faz sentido que seja apenas nos três meses antes do casamento que a Igreja se “preocupe” com os noivos. Pela sua vocação e experiência os casais que integram as equipas CPM encontram-se especialmente preparados para ajudar, nas suas paróquias, outros grupos que se dedicam à Pastoral Familiar. Assim será mais uma forma de apostolado, para aqueles que a ele se sentirem chamados, a disponibilidade para ajudar na animação de grupos de jovens ou na catequese dos adolescentes (por exemplo na preparação para o Crisma), de uma forma pontual ou mais frequente, de acordo com as necessidades locais e o entendimento dos animadores. Por outro lado os representantes do CPM deverão integrar as estruturas da Pastoral Familiar sejam elas paroquiais, vicariais ou arciprestais, ou diocesanas, sempre no espírito de serviço. Deverá ser também um dos nossos objectivos a acção junto dos sacerdotes e párocos, sensibilizando-os para a relevância da preparação para o Matrimónio, não só a imediata mas também a próxima e remota, e procurando que os noivos iniciem o seu processo de casamento com bastante maior antecedência (basta pensar que a reserva do local da festa se faz, frequentemente, com mais de uma ano de antecedência…)

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