Conhecer o Mosteiro de São Vicente de Fora

Lisboa, 21 ago 2013 (Ecclesia) – O Mosteiro de São Vicente de Fora, um dos marcos da história portuguesa e da paisagem urbana de Lisboa, apresenta uma variada oferta cultural para as férias com a sua arquitetura, azulejaria, pintura e talha.

Quem visita o Mosteiro, que no século XX foi entregue ao patriarcado de Lisboa, onde estão instalados os serviços desta Cúria, pode visitar o Museu dos Patriarcas, “com obras relevantes do patriarcado e dos patriarcas de Lisboa”, e “todos” os espaços monásticos onde se destaca a igreja, os claustros, “com uma coleção de azulejo barroca”, e a sacristia “monumental e uma das mais ricas e interessantes de Portugal”, informa Sandra Costa Saldanha.[[v,d,4128,Entrevista a Sandra Costa Saldanha]]

A edificação do primeiro Mosteiro de São Vicente de Fora está relacionada com a fundação de Portugal, nos séculos XII e XIII, e “nasce do voto de D. Afonso Henriques o edificar caso conquistasse a cidade”, explica a diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais.

Foi “erguido num local particularmente simbólico”, acrescentou, com um papel “muitíssimo importante” na construção da cidade cristã para além “da construção urbana da cidade” mas os “vestígios” são escassos.

A partir do século XVI, durante a ocupação filipina, já existe mais informação, com Filipe I a assumir “um modelo central e um paradigma absoluto do que é a arquitetura religiosa portuguesa”, revelou Sandra Costa Saldanha, no Programa ECCLESIA na RTP2.

Para além de ser um dos exemplares “mais notáveis” da arquitetura maneirista foi o motor da introdução de “modernidades estéticas” em Portugal, com diretrizes do Concílio de Trento, como por exemplo a planta em cruz latina e uma fachada com duas torres, “característica mais associada a edifícios episcopais, às sés”.

A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais para além “da importância construtiva” e da arquitetura de “grande modernidade” destaca do ponto de vista decorativo um “recheio artístico interessantíssimo” que datam, essencialmente dos séculos XVII e XVIII, com D. Pedro II e D. João V: “um período particularmente próspero para as artes”.

A azulejaria barroca, que reveste as paredes e a escadaria, sobressai no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, por ser a “maior coleção mundial num único edifício”.

Com cerca de 100 mil azulejos podem-se encontrar “todos os períodos da azulejaria barroca”, desde o século XVII, com exemplares da “famosa Real Fábrica de cerâmica do Rato” e a única coleção de “Fábulas de  La Fontaine de Portugal”, assinala Sandra Costa Saldanha.

O Mosteiro de S. Vicente de Fora é um edifício vivo e ao longo dos séculos sofreu obras de beneficiação, sendo berço onde muitas obras de arte nasceram e se concentraram em períodos de “convulsão”: como a extinção das ordens religiosas em Portugal, a Implantação da República e a lei da Separação.

“Levou até lá algumas obras notáveis como os famosos ‘Painéis de São Vicente de Fora’, que estão no Museu Nacional de Arte Antiga, ou ‘Apostolado de Zurbarán’, que na sequência da Lei da Separação integraram coleções do Estado onde se conservam”, aclara.

Para além de todas as propostas apresentadas, Sandra Costa Saldanha destaca ainda a paisagem “maravilhosa” deste mosteiro “sobre o rio Tejo e Lisboa”.

PR/CB/LS

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