Congresso sobre a mulher no Vaticano defende novo feminismo

O Cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos (CPL), pediu que os leigos católicos empenhados na política “promovam leis justas, que respeitem a dignidade e a vocação da mulher, em plena coerência com o magistério eclesial”. Este responsável falava no congresso internacional “Mulher e homem, o humanum na sua inteireza” promovido pelo CPL, em Roma, de 7 a 9 de Fevereiro 2008, para assinalar o vigésimo aniversário da Carta Apostólica Mulieris dignitatem de João Paulo II. “Hoje, é preciso denunciar com grande força qualquer abuso, injustiça e marginalização das mulheres, em diversos contextos sociais e culturais, assim como os riscos dos novos paradigmas culturais, como o do ‘género’. Diante da profunda crise cultural de nossos tempos, os católicos são chamados a dar uma resposta clara e persuasiva”, indicou D. Rylko. O Cardeal considerou ser urgente a promoção de um “novo feminismo” que reconheça o “génio feminino” e trabalhe pela superação da discriminação. Segundo o presidente do CPL, todos os dias assistimos a uma “rápida e profunda transformação dos modelos da identidade feminina e masculina, e da relação entre sexos”. O Cardeal polaco apontou o dedo a duas tendências dominantes do “feminismo radical”, o “empowerment”, que pretende defender a identidade feminina “fazendo da mulher a antagonista do homem”, e a “ideologia de género”, que pretende suprimir a diversidade sexual, concebendo-a “exclusivamente como o resultado de condicionamentos socioculturais”. “Esta tendência ameaça e põe em questão particularmente a figura da mãe e do pai”, e portanto “a instituição do matrimónio heterossexual e a família biparental”, constatou. Em concreto, alertou que “hoje está em andamento uma grande batalha pela pessoa humana, pela sua dignidade e sua vocação transcendental, que se combate precisamente em torno da mulher, do conceito de feminilidade”. Esta Sexta-feira, Olimpia Tarzia defendeu que “o novo feminismo é a possibilidade de testemunhar a profunda aliança entre a mulher e a vida. A fundador do Movimento pela Vida lembrou que todos os anos se praticam 53 milhões de abortos, pedindo uma maior educação “para a vida e a família”. Já os sociólogos Attilio Danese e Giulia Paola Di Nicola frisaram que “sem Deus, a mulher acabaria por ser uma mera imagem do homem”, ocultando-a de si mesma. Neste congresso há 260 participantes, de 46 países, 40 conferências episcopais e 16 associações femininas católicas. Entre as participantes figuram Janne Haaland Matlary, Blanca Castilla de Cortazar e Hanna Bárbara Gerl-Flakovitz. A Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal do Laicado e Família, está representada por Maria Teresa Ribeiro, docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Bento XVI receberá os participantes do Congresso este sábado. Redacção/Zenit

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