Congresso Missionário 2022: Iniciativa comparada a «estaleiro da fraternidade» termina com exigência da «educação para o diálogo» (c/fotos)

«Juntos desejamos celebrar o dia da liberdade religiosa e do diálogo inter-religioso, a 22 de junho» – padre Adelino Ascenso

Lisboa, 15 out 2022 (Ecclesia) – O padre Adelino Ascenso, Missionário da Boa Nova, terminou o Congresso Missionário 2022 a pedir a “exigência da educação para o diálogo” e o desejo de celebrar, em parceria com a Assembleia da República, o dia da liberdade religiosa e do diálogo inter-religioso, a 22 de junho.

“Exige-se uma educação para o diálogo, a História mostra-nos o exemplo que estimula a querer que o irrealizável seja exequível e que os obstáculos são ultrapassáveis, desde que o sonho seja o motor, que arrisquemos sonhar”, convidou o religioso na sessão de encerramento do Congresso Missionário 2022. 

O padre Adelino Ascenso apontou a atenção pedida nestes dois dias de congresso para os “três blocos de diálogo – com as religiões, com os indiferentes e com a cultura”. 

“Trata-se da predisposição para a escuta genuína, eu escuto-te, tu escutas-me, abertos à ação do espírito regenerador e sempre surpreendente, colocando-nos ao serviço do bem comum e acreditando na importância das religiões na esfera pública, sendo cuidadores e nunca predadores, cuidadores uns dos outros e da casa comum”, apontou.

O religioso destacou que o que “tem mais valor é o que não tem preço” e que a “fraternidade não tem preço”, destacando que este é o tempo “para apostas de confiança”, classificando este congresso como “um itinerário numa peregrinação que se deseja longa e alicerçada na consciência que juntos se fazem os sonhos”.

“Juntos desejamos aceitar o convite do presidente da Assembleia da República de celebrar, em parceria, o dia da liberdade religiosa e do diálogo inter-religioso, a 22 de junho”.

Pedro Vaz Patto, membro da Comissão para a Liberdade Religiosa há um ano, deu a conhecer o trabalho da comissão que integra 11 confissões religiosas e pediu que “haja sempre o respeito recíproco pela liberdade do outro”.

“Como comissão não temos poder de decisão mas de recomendação, sendo uma intervenção importante”, destaca. 

Coube a D. Armando Esteves Domingues, presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, as últimas palavras do Congresso Missionário 2022, que designou como “um estaleiro de fraternidade nestes dois dias”.

“Vivemos num mundo onde há corridas diferentes, há quem pense no conjunto, em salvar todos, e há outros que só pensam em salvar-se a si mesmo”, assinalou.

O bispo auxiliar do Porto defendeu ainda o “sincero acolhimento do diferente”, “não havendo o eu sem o nós e o nós sem o eu”.

Os trabalhos do Congresso Missionário 2022 partiram do documento de Abu Dhabi – a declaração centrada na fraternidade humana assinada pelo Papa Francisco e pelo grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, a 4 de fevereiro de 2019, nos Emirados Árabes Unidos.

Entre os oradores estiveram a reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, Guilherme de Oliveira Martins, D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima e presidente da CEP, Diana de Vallescar Palanca, e o jesuíta Laurent Basanese.

O programa apresentou dois painéis, um dedicado às religiões monoteístas, com um representante do judaísmo, do islamismo e do cristianismo; e outro às “religiões místicas”, o hinduísmo, o budismo e o catolicismo.

SN

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Agência ECCLESIA

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