Padre Manuel Barbosa aborda, em entrevista, preparação das dioceses e nota pastoral divulgada pela CEP, no âmbito do V CEN
Lisboa, 19 abr 2024 (Ecclesia) – O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Barbosa, defendeu, em entrevista à Agência ECCLESIA, que o V Congresso Eucarístico Nacional é uma “oportunidade” para traduzir a linguagem celebrativa da eucaristia para o compromisso do quotidiano.
“A própria Eucaristia já é a celebração e a realização da missão, porque é a missão de Jesus Cristo, no centro das nossas vidas, que nós temos na nossa vida, que nós transportamos para toda a nossa vida quotidiana, portanto há sempre uma ligação, tem que haver, muito forte, entre a Eucaristia e a chamada Eucaristia permanente”, afirmou.
O padre Manuel Barbosa foi o convidado do Programa ECCLESIA, transmitido esta hoje, na RTP2, a propósito do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN) que se realiza em Braga, de 31 de maio a 2 de junho, com o tema “Reconheceram-n’O ao partir o Pão”.
Segundo o sacerdote dehoniano, “a Eucaristia deve ser uma marca da vida cristã” e que, por isso, “é preciso cuidar das próprias linguagens, de maneira que se celebre o mistério com toda a intensidade, com toda a interioridade com toda a beleza”.
“Mas que seja significativo também na linguagem de todos, de jovens, mais ou menos jovens, que todos procurem na celebração dominical da Santa Eucaristia, um momento central, onde está a sua própria vida, onde dão sentido à vida, onde preenchem e dão sentido ao seu dia a dia, ao quotidiano”, destacou.
O secretário da CEP considera que “não há missa de crianças, nem há missa de jovens, é missa onde estão maioritariamente crianças, onde estão maioritariamente jovens”.
“Nessa celebração tem que se ter esse cuidado da linguagem, mas não há missa para este ou para aquele, porque a missa é sempre para todos, sem exceção”, referiu.
A propósito da realização do V Congresso Eucarístico Nacional, o padre Manuel Barbosa destacou que este “é sempre um acontecimento importantíssimo para a vida da Igreja, porque a Igreja vive da Eucaristia, esta relação com o centro da sua vida”, da vida cristã.
“Naturalmente, os bispos, as dioceses, até nem realizam as jornadas pastorais deste ano, só jornadas de estudo, para participarem no Congresso Eucarístico Nacional”, adiantou, lembrando que em 2016, em Fátima, os bispos “assumiram este tempo como um tempo de reflexão, como um tempo de oração, como um tempo de peregrinação nas suas vidas e na vida das suas dioceses”.
“Os bispos estão presentes [no V Congresso Eucarístico Nacional], com pastores das suas dioceses, para relevar precisamente a importância da Eucaristia”, disse, evocando o título da nota pastoral que a CEP escreveu sobre o evento “Sem a Eucaristia não podemos viver”.
Claro que podemos viver a nossa vida [sem a Eucaristia], mas na perspetiva cristã, sem a Eucaristia não há a vida cristã, no fundo”
Segundo o padre Manuel Barbosa, a mensagem dos bispos católicos tem, entre outros objetivos, o papel de ajudar a preparar o 5ºCEN, e ao mesmo tempo de incentivar a participação.
“Vai ser um auditório para 1.500 pessoas, a par do Congresso, e gostaríamos de encher esse auditório, não por sermos muitos ou poucos, mas pela importância da temática e disto que vale a vida da própria Igreja”, salientou.
Sobre as atividades preparatórias nas dioceses para o evento, o secretário da CEP revela que as Igrejas locais já fazem vigílias de oração, e que no próprio site do congresso há “muitos elementos, subsídios, sobretudo a nível de oração”, e “também catequeses sobre a Eucaristia”.
“Não faltam materiais de apoio, o importante é que os grupos de vida cristã, que as paróquias, as dioceses, as congregações religiosas e institutos de vida consagrada, todos se preparem interiormente, pessoalmente e em comum com os outros, para levarem a vida, a sua própria vida cristã, com todo sentido, nesta centralidade que é a Eucaristia”, realçou.
O cardeal português D. José Tolentino de Mendonça é o enviado especial do Papa ao V CEN, e segundo o sacerdote dehoniano, a sua presença “marca” a dimensão da “ligação das igrejas locais, das igrejas particulares, das dioceses, da Igreja em Portugal a toda a Igreja Universal”.
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