Congo: Igreja Católica perseguida por apoiar «eleições livres» no país

Caso mais recente está relacionado com um sacerdote agredido e levado à força pelas autoridades

Lisboa, 05 fev 2018 (Ecclesia) – Um sacerdote católico foi agredido e levado à força pelas autoridades policiais na República Democrática do Congo, avançou hoje a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS).

De acordo com uma nota enviada à Agência ECCLESIA, esta situação está relacionada com o atual clima de “tensão entre o governo e a Igreja”, que tem por base a “permanência no poder do presidente Joseph Kabila”.

O mandato de Kabila deveria ter terminado a 20 de dezembro de 2016 mas ainda não foram convocadas novas eleições.

A posição da Igreja Católica tem sido de apoio à realização de “eleições livres”, para que a população possa decidir de forma democrática que futuro deseja para o seu país.

No final de 2017 e já em meados de janeiro deste ano, tiveram lugar um conjunto de manifestações contra o regime em vigor no país, que contaram também com  a participação de membros das Igrejas evangélicas e da comunidade muçulmana.

Estas marchas, “pacíficas” recorda a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, foram “fortemente reprimidas pelas autoridades”.

Pelo menos 21 pessoas foram mortas a tiro, entre elas uma jovem de 16 anos, que se encontrava junto a uma igreja em Kinshasa.

Segundo o testemunho de Jean-Baptise Sondji, um antigo ministro do governo da República Democrática do Congo, “um carro blindado passou em frente da igreja e os soldados começaram a disparar balas reais”.

“Foi nessa altura que a rapariga, que se encontrava junto à porta, foi atingida”, explicou aquele responsável.

Para a Igreja Católica local, a reação das autoridades à contestação movida a Joseph Kabila tem sido “violenta e excessiva“.

O caso do sacerdote agredido e preso, na paróquia de Saint Robert em N’Sele, um bairro dos subúrbios de Kinshasa, é visto com mais um exemplo deste contexto.

Junto da AIS, uma religiosa dessa mesma paróquia avançou que a vítima em causa é o padre Sebastien Yebo, um sacerdote passionista que está à frente da paróquia de Saint Robert há cerca de meio ano.

O padre foi agredido e levado à força no dia 03 de fevereiro, pouco depois de celebrar uma missa matinal, tendo seguido num jipe da polícia; só foi libertado ao final da tarde, depois de várias horas de interrogatório, acusado pelas autoridades de ligações a um movimento de resistência ao atual regime de Joseph Kabila.

JCP

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Agência ECCLESIA

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