R. D. Congo: Conferência Episcopal diz que resultados anunciados «não correspondem» aos dados recolhidos pelos seus observadores

Comissão eleitoral deu vitória nas presidenciais a Felix Tshisekedi, que vai suceder a Joseph Kabila

Lisboa, 11 jan 2018 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal da República Democrática do Congo (CENCO) informou, em comunicado, que os resultados das presidenciais anunciados pela Comissão Eleitoral, esta quinta-feira, “não correspondem” aos recolhidos pela sua missão de observação.

Os bispos católicos, que mediaram o processo que levou ao ato eleitoral, tinham mil observadores permanentes em várias cidades e 40 mil pessoas a acompanhar a votação, junto às urnas, a 30 de dezembro de 2018.

“Da análise dos elementos observados por esta missão, observamos que os resultados da eleição presidencial, tal como foram publicados pela Comissão Nacional Eleitoral, não correspondem aos dados recolhidos pela nossa missão de observação”, refere a declaração da CENCO, divulgada através da página da conferência episcopal na internet.

O líder da oposição na República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, disse esta quinta-feira que será “presidente de todos os congoleses”, após ter sido declarado vencedor nas eleições presidenciais.

Tshisekedi venceu com mais de 38% dos votos; em segundo lugar ficou Martin Fayulu, també candidato da oposição, com cerca de 35% dos votos; o candidato apoiado pelo poder, Emmanuel Ramazani Shadary, registou aproximadamente 24%.

A CENCO saúda o facto de o ato eleitoral abrir “caminho à alternância” democrática, pedindo que toda a sociedade faça “prova de maturidade cívica” e se evite “qualquer recurso à violência”.

“No caso de uma eventual contestação dos resultados provisório, por uma das partes, exortamos a que sejam usados os meios do Direito, conformes à Constituição e à lei eleitoral”, acrescentam os bispos católicos.

O presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM), por sua vez, pediu às autoridades e aos cidadãos congoleses que não recorram à violência.

“As instituições estão estabelecidas e são democráticas, daí a necessidade de se velar para que o processo decorra sem sobressaltos”, disse o arcebispo angolano D. Gabriel Mbilingue ao portal ‘Vatican News’.

A República Democrática do Congo é o maior Estado da África Central, com 81,3 milhões de habitantes.

Inicialmente previstas para 2016, as eleições presidenciais foram adiadas duas vezes, gerando forte contestação ao ainda presidente Joseph Kabila.

Felix Tshisekedi é filho do líder opositor e ex-primeiro ministro Étienne Tshisekedi.

OC

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Agência ECCLESIA

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