Na República Democrática do Congo, os antigos meninos-soldados necessitam urgentemente de ajuda para superar os traumas de guerra e poderem voltar a viver uma vida normal.
A associação humanitária internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a promover uma iniciativa de amplo alcance neste sentido, oferecendo auxílio a mais de mil refugiados que escaparam da milícia rebelde Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Resistance Army, LRA), com base no Uganda.
Segundo o bispo Julien Andavo Mbia, de Isiro-Niangara, responsável por supervisionar os esforços em favor dos refugiados, os meninos sequestrados estão sob sério risco.
“Os meninos são treinados para o combate, enquanto as meninas são obrigadas a tornar-se escravas sexuais”, denunciou o prelado.
O programa do bispo Mbia prevê, além do fornecimento de comida e peças de vestuário aos sobreviventes dos ataques, o atendimento médico dos feridos – algumas das vítimas tiveram os lábios e as orelhas arrancados.
“É difícil imaginar a crueldade destes meninos, drogados para serem capazes de matar os próprios familiares. Aqueles que oferecem resistência são mortos diante dos outros”, conta Christine du Coudray Wiehe, especialista para a África da AIS.
Segundo o missionário comboniano Romano Segalini, as crianças e os jovens “estão traumatizados, e muitos deles estão gravemente doentes”.
“Passaram pelo inferno, mas agora estão connosco e queremos ajudá-los a encontrar nova esperança”, acrescentou o sacerdote, que presta assistência a 22 antigos meninos-soldados na fronteira com o Uganda.
Redacção/Zenit