Confiar mais em Deus do que na tecnologia

Bento XVI diz que só a misericórdia divina pode curar feridas do pecado e lembra primeiro santo maltês, um padre

Bento XVI desafiou os homens e mulheres do nosso tempo a confiar mais em Deus do que em qualquer “invenção tecnológica” para que se possam “salvar do mal”.

“Nós devemos pôr a nossa confiança só em Deus. Tem-se a tentação de pensar que a avançada tecnologia de hoje consegue responder a todos os nossos desejos e salvar-nos dos perigos que nos assaltam”, indicou.

No último dia da sua visita a Malta, perante cerca de 50 mil pessoas reunidas em Floriana – mais do triplo do esperado – o Papa afirmou ser “pura ilusão” acreditar que não seja Deus a chave para superar os males da humanidade.

“Não há um único momento em que a vida de uma pessoa não dependa inteiramente de Deus”, disse Bento XVI na homilia da Missa a que presidiu, este Domingo, acrescentando que só Deus conhece o caminho que leva a um “porto seguro”.

Neste contexto, o Papa afirmou que só misericórdia divina pode curar as “feridas espirituais, feridas do pecado”, sublinhando que em todos os aspectos da sua vida, as pessoas precisam da “ajuda da graça de Deus”.

Após sublinhar que “nem tudo o que o mundo actual propõe é digno de ser assumido pelo povo”, Bento XVI pediu aos cristãos que não se deixem seduzir por quem afirma que o homem não tem necessidade de Deus e da Igreja e pode escolher por si próprio “valores e crenças”.

No início da celebração foram recordados imigrantes e “vítimas da violência consumada em lugares e ambientes educativos”, segundo o Arcebispo de Malta, D. Paulo Cremona, o qual disse diante do Papa que a Igreja em Malta “reconhece o fracasso e os pecados dos seus membros”.

Bento XVI dirigiu-se de modo especial aos padres presentes, evocando a figura de S. Jorge Preca, primeiro maltês a ser canonizado.

“O Padre Jorge era um sacerdote de extraordinária humildade, bondade, mansidão e generosidade, profundamente dedicado à oração e com a paixão de comunicar as verdades do Evangelho. Tomai-o como modelo e inspiração para vós, cumprindo a missão que recebestes de apascentar o rebanho do Senhor”, declarou.

No final da celebração, antes do canto da antífona mariana do tempo pascal, “Regina Caeli”, Bento XVI recordou a devoção dos malteses a Nossa Senhora, especialmente no santuário mariano da ilha de Gozo, ao qual o Papa ofereceu uma Rosa de Ouro.

Dos Bispos de Malta, o Papa recebeu uma réplica em miniatura da imagem de Cristo-Rei, inaugurada por ocasião do Congresso Eucarístico de 1913, na Ilha.

Os aplausos dos participantes foram particularmente efusivos quando Bento XVI se lhes dirigiu em maltês, por breves instantes.

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