Conferência Episcopal brasileira visita a diocese de Roraima

A visita apresenta-se como um acto de solidariedade da CNBB com a Diocese de Roraima, na sua defesa dos direitos dos Índios e com os missionários que aí trabalham, particularmente os três missionários que foram sequestrados no início de Janeiro A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) visita no dia 27 de Fevereiro a diocese de Roraima, onde se encontram 27 missionários da Consolata. A visita apresenta-se como um acto de solidariedade da CNBB com a Diocese de Roraima, na sua defesa dos direitos dos Índios e com os missionários que aí trabalham, particularmente os três missionários que foram sequestrados no início de Janeiro. D. Geraldo Magella Agnelo e D. António Celso Queirós, presidente e vice-presidente da CNBB, estarão em Roraima durante 24 horas, para visitar a Missão de Surumu, encontrar-se com os Índios, os missionários, missionárias e agentes de pastoral no local. A Missão Indígena do Surumu foi invadida no dia 6 de Janeiro, com três Missionários da Consolata a serem sequestrados e mantidos 60 horas em cativério. Os missionários, aconselhados pelos índios, ainda não retornaram à missão. A Igreja Católica na diocese de Roraima é perseguida por causa da sua defesa dos direitos dos Povos Indígenas, principalmente a homologação da Área Indígena Raposa/Serra do Sol. A maioria da população indígena defende a própria cultura que conserva muitos elementos próprios das primeiras comunidades cristãs: posse comunitária da terra, trabalho em equipa, partilha de bens, autoridade como serviço, cuidado especial para com as crianças e os idosos. Devido à decisão da Igreja local de optar pelos povos indígenas, os missionários são perseguidos, caluniados, ameaçados de morte, pelos latifundiários e pelas autoridades locais que consideram os índios pessoas “preguiçosas, ignorantes e inúteis” e, portanto, destinadas a desaparecer. O Irmão João Carlos Martinez, e os Padres Ronildo Pinto e César Avellaneda, viram anos de trabalho discreto passar para as primeiras páginas ao serem raptados no mês de Janeiro. Os missionários da Consolata, juntamente com outros promotores da campanha «Nós Existimos», recolheram assinaturas num abaixo-assinado entregue ao Governo Federal do Brasil, onde solicitavam a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas, a punição dos envolvidos no escândalo de corrupção conhecido como “folha dos gafanhotos” e a não-concessão de incentivos fiscais para os latifundiários plantadores de arroz irrigado, soja e acácia mangium, assim como para a instalação de uma fábrica de pasta de celulose em Roraima. Em 1998, o então ministro da Justiça, Renan Calheiros, declarou a Raposa/Serra do Sol, no noroeste de Roraima, posse permanente dos índios macuxi, uapixana, ingaricó e taurepangue. Pela lei, o presidente Lula da Silva pode assinar a homologação a qualquer momento.

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