Conferência Episcopal: Assembleia Plenária aprovou reorganização das comissões episcopais

Comunicações Sociais e  Mobilidade Humana passam a ser setores autónomos

Fátima, 13 nov 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa aprovou na Assembleia Plenária que hoje terminou em Fátima a reorganização das comissões episcopais, que se traduz na autonomização da Pastoral Social da Mobilidade Humana e das Comunicações Sociais da Cultura e Bens Culturais.

“A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana passa a duas Comissões: ‘Comissão Episcopal da Pastoral Social’ e ‘Comissão Episcopal da Mobilidade Humana’”, refere o comunicado final da Assembleia Plenária.

O documento acrescenta que “a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais passa a duas Comissões: ‘Comissão Episcopal da Cultura e Bens Culturais’ e ‘Comissão Episcopal das Comunicações Sociais’”.

O comunicado final esclarece ainda que “a Comissão Episcopal do Laicado e Família passa a ser designada como “Comissão Episcopal do Laicado, Família e Vida”.

De acordo com o documento, a reorgnização das Comissões tem “em perspetiva as eleições destes organismos em abril do próximo ano”.

O presidente da CEP, aos jornalistas, explicou que estas mudanças foram motivadas pela “dimensão de diversos setores que atendem cada uma destas comissões”, e salientou que “dividir, significa dar possibilidade de nova atenção”.

D. José Ornelas assinalou que sobre a Comunicação Social que “autonomizar” do ponto de vista das comunicações, “e toda a problemática recente, significa também dar uma nova dimensão e, sobretudo, uma nova possibilidade de atenção”.

Já sobre o património, que “hoje é uma realidade fundamental onde a Igreja sente que tem uma responsabilidade específica”, o bispo de Leiria-Fátima explicou que grande parte deste património nasceu dentro da Igreja, e não podem “fugir dessa realidade”, mas não têm meios, o que “significa também criar parcerias com entidades públicas, municipais”, com fundos, participação de voluntariados e mecenatos.

“Porque senão é impossível manter este património; Também o Estado se sente, tantas vezes, a braços com custos que não são fáceis de suportar, muito menos a Igreja sozinha”, acrescentou na conferência de imprensa da Assembleia Plenária.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa salientou que outro setor muito importante é o da mobilidade humana, e destacou o “problema da emergência das migrações”; a atual Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana vai passar a duas comissões – ‘Comissão Episcopal da Pastoral Social’ e ‘Comissão Episcopal da Mobilidade Humana’.

“Mas o caráter social, este é um, da mobilidade humana não é só este aspeto dos imigrantes, é imigrantes, são emigrantes, e o seu acompanhamento, é sobretudo a mobilidade interna, dentro do país, e o que isso significa também, de nova compreensão da humanidade hoje”, acrescentou, e lembrou na sociedade portuguesa os problemas “na saúde, na habitação, na pobreza”.

Questionado sobre os cartazes de um partido politico, com assento na Assembleia da República, com frases dirigidas a alguns emigrantes e à comunidade cigana, D. José Ornelas disse que na CEP têm sido “muito claros sobre isso”, e recordou a afirmação inicial “de não ver o imigrante como um perigo e um inimigo”, mas como alguém que vem para Portugal “dar um contributo”.

“Está a dar um contributo notável para ela, e que, por outro lado, pede para ser acolhido, para fazer parte desta sociedade. Só assim é que se constrói um futuro, porque qualquer forma de pôr de parte e de ostracizar estas pessoas, não conduz a nada de bom, nem agora, nem no futuro. Não é justo, não é verdadeiro, e é uma manipulação que afeta com outros objetivos, e nós não trabalhamos nela”, concluiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Até agora, e desde o triénio 2011/2014, a dinamização dos diferentes setores da pastoral da Igreja Católica estava agrupada em sete comissões episcopais: Educação Cristã e Doutrina da Fé; Pastoral Social e Mobilidade Humana; Laicado e Família; Vocações e Ministérios; Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais; Liturgia e Espiritualidade; e Missão e Nova Evangelização.

A anterior reorganização das comissões episcopais da Conferência Episcopal Portuguesa aconteceu no triénio 2005/2008, quando foram agrupadas em nove setores da pastoral: Educação Cristã; Pastoral Social; Laicado e Família, Vocações e Ministérios; Cultura, Bens Culturais e Comunicação Social;  Liturgia; Mobilidade Humana; Missões; e Doutrina da Fé e Ecumenismo.

A CEP é a entidade representativa da Igreja Católica em Portugal e uma das conferências mais antigas, atuando regularmente como tal desde os anos 30 do século passado, embora só em 1967 tivesse os primeiros estatutos.

São membros de pleno direito da CEP os bispos diocesanos, incluindo o das Forças Armadas e de Segurança, os bispos coadjutores e auxiliares.

PR/CB/OC

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