A Conferência Episcopal brasileira (CNBB) manifestou o seu apoio aos Bispos ameaçados de morte no país, anunciou esta semana o organismo episcopal. “Diante das ameaças de morte que vocês estão a enfrentar, expressamos nossa indignação e manifestamos a nossa mais profunda solidariedade na fé”, disse o presidente da CNBB, D. Geraldo Lyrio Rocha, no encerramento do retiro espiritual dos bispos, no fim de semana. Os ameaçados de morte são D. Erwin Krautler, bispo da prelazia do Xingu; D. José Luís Azcona Hermoso, de Marajó; D. Flávio Giovenale, de Abaetetuba. As três dioceses são do Estado do Pará. O retiro foi orientado, precisamente, por D. Erwin Krautler, a quem o presidente da CNBB, agradeceu pessoalmente, incentivando o povo do Xingu a continuar firme “ na fé e unido ao pastor que Deus lhe deu” e pedindo o fim da violência na região. “Às autoridades pedimos que não se omitam diante da gravidade das ameaças a D.Erwin. Aos que o ameaçam exortamos: não manchem as mãos com o sangue. Basta de violência!”, disse o presidente do episcopado. O índio Pedro Luiz, dos povos Guarani, veio especialmente para agradecer e prestar solidariedade a dom Erwin. “Venho falar da solidariedade com o bispo D. Erwin que luta pela organização dos indígenas pelos seus direitos”, disse em português, depois de uma saudação na sua língua. Nesta última semana da Assembleia, os bispos divulgarão uma Declaração de apoio a D. Erwin e aos outros bispos que têm sofrido ameaças. Este Bispo austríaco vive na região amazónica há mais de 40 anos e tem lutado contra a devastação da floresta, a expulsão de pequenos agricultores de suas terras e contra a construção da central hidroeléctrica de Belo Monte, no rio Xingu. Várias ameaças de morte não o afastam da sua luta. Xingu é uma das arquidioceses da Igreja Católica mais extensas do mundo, com cerca de 354 mil quilómetros quadrados na Amazónia, e está numa região em que são constantes os ataques de pistoleiros e fazendeiros a colonos e trabalhadores rurais.