A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil fez duras críticas à actual política económica do governo de Lula da Silva e afirmou que as propostas de reforma da Previdência e tributária foram encaminhadas ao Congresso por “pressão do capital financeiro”. O texto da CNBB, divulgado no dia 29 de Maio, questiona ainda se o governo terá força para promover “a verdadeira mudança social” ou se o pedido de reformas estruturais será “abafado por políticas compensatórias”. O texto “Análise de Conjuntura (Maio 2003)” diz que o governo se tem orientado “mais pela bússola dos indicadores financeiros, que vão bem, do que pelos indicadores sociais, que vão mal”. Na apresentação deste documento, o presidente da CNBB, D. Geraldo Majella Agnelo, exigiu que as reformas tragam benefícios sociais, não sobrecarregando trabalhadores com salários baixos. “Os que ganham para sua sobrevivência não devem ser taxados. Os que ganham mais têm a obrigação, diante do bem comum, de colaborar para a melhoria do nosso povo”, disse, sem especificar valores. Apesar de afirmar que o documento “Análise de Conjuntura” não é da CNBB, o vice-presidente da conferência, D. Antonio Celso de Queirós, disse que ele reúne uma síntese de pontos a serem reflectidos pela entidade. “Fazer análise não significa ter uma decisão imediata, mas ajuda a acompanhar os acontecimentos”, disse D. António, que ressaltou a posição crítica da CNBB “em aspectos que não forem bem encaminhados”.
