Cónego Melo recordado em São Bento da Porta Aberta

O cónego Fernando Monteiro presidiu ontem de manhã, em dia litúrgico de São Bento, à missa e à procissão naquele santuário da Arquidiocese de Braga, em Terras de Bouro. Esta celebração, que decorreu na nova igreja, teve a particularidade de ser a primeira grande celebração após a morte do cónego Eduardo Melo Peixoto, que foi presidente da comissão administrativa da Irmandade de São Bento da Porta Aberta durante muitos anos. Por isso, segundo o capitular que substituiu o falecido cónego, a celebração de ontem foi de acção de graças e de sufrágio, não só pelo Cónego Melo, mas, também, pelo monsenhor Manuel Vaz Coutinho (que também presidiu à Irmandade) e todos os benfeitores e devotos de São Bento da Porta Aberta. Na homilia, o cónego Fernando Monteiro começou por se referir aos aspectos históricos e biográficos do Santo que, em 1964, o Papa Paulo VI proclamou padroeiro da Europa. Depois de mostrar a «triste situação da Roma imperial, com a divisa “panem et circenses” como lema», o actual presidente da Irmandade de São Bento da Porta Aberta referiu-se às fases da vida do Santo, em especial a criação das abadias de Subíaco e Monte Cassino, com este segundo a figurar para a história como a casa- mãe de todos os mosteiros beneditinos. Para o presidente da celebração eucarística, a regra criada por Bento de Núrsia (“Ora et labora”, isto é, “Reza e trabalha”) para as comunidades que se vieram a desenvolver a partir de Monte Cassino, está intimamente ligada com a génese e história da Europa. Daí que «para se perceber a história europeia é necessário conhecer a história e a vida de São Bento». À luz do Evangelho do dia, o também ecónomo da Arquidiocese de Braga lançou uma exortação às famílias presentes, em especial aos pais, pedindo que ensinem aos filhos o amor ao trabalho e à oração. «Há muita gente que vive sem amor ao trabalho, e este não escraviza, mas valoriza e realiza a pessoas humana», afirmou o sacerdote. «Oração e trabalho são como dois remos de um barco que fazem transporte de uma margem do rio para a outra; os dois juntos levam a bom porto, apenas um a trabalhar faz-nos andar às voltas», disse também o cónego Fernando Monteiro, para explicar a importância da oração. Estavam no santuário de São Bento da Porta Aberta algumas centenas de pessoas e devotos do Santo, num dia em que a meteorologia não foi propícia a uma grande concentração de fiéis. O presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, António Afonso, também marcou presença nas duas celebrações. Pequena procissão Logo no final da Eucaristia solene, saiu da igreja antiga a procissão que incorporou a cruz paroquial, a bandeira-estandarte e o andor de São Bento da Porta Aberta e o pálio onde se apresentava a relíquia do Santo Lenho. O pálio foi transportado por voluntários do Núcleo de Rio Caldo da Cruz Vermelha Portuguesa. Dos Bombeiros Voluntários estava uma representação do núcleo de Terras de Bouro. O ritmo da caminhada, que percorreu a rua principal (desde a igreja ao cruzeiro) do santuário, foi marcado pela Banda de Música de Carvalheira.

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