Conclusões de Aparecida entregues ao Papa

Presidentes da V Conferência Geral dos Episcopados da América Latina recebidos no Vaticano Bento XVI recebeu hoje as conclusões da V Conferência Geral dos Episcopados da América Latina e das Caraíbas, que decorreu de 13 a 31 de Maio, em Aparecida (Brasil). O Papa inaugurou os trabalhos desta reunião magna, que juntou mais de 260 participantes. O texto do documento final foi entregue peloss presidentes da Assembleia da Conferência, os Cardeais Giovanni Battista Re, Francisco Javier Errázuriz Ossa e Geraldo Majella Agnelo. A Conferência Geral apresentou, no resumo do documento final, oito pontos conclusivos, onde se considera, entre outras coisas, “a difícil situação da nossa Igreja nesta hora de desafios, fazendo um balanço de sinais positivos e negativos”. Durante o encontro episcopal, no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, foram discutidos os desafios da Igreja na região, visando traçar directrizes e orientações sobre sua actuação. Perante “as grandes mudanças que estão a suceder no nosso continente e no mundo, e que interpelam a evangelização”, os Bispos analisam vários processos históricos complexos e em curso nos níveis sócio-cultural, económico, sócio-politico, étnico e ecológico, e “discernem grandes desafios como a globalização, a injustiça estrutural, a crise na transmissão da fé e outros”. Uma das grandes opção da Conferência passa por fazer da Igreja “uma comunidade mais missionária, dinamizando uma missão continental que será definida nos próximos meses, da responsabilidade de cada conferência episcopal. Ao falar da promoção da dignidade humana confirma-se “a opção preferencial pelos pobres e excluídos que nos remete a Medellin”. Em relação à temática da Família, pessoas e vida, defende-se “uma cultura do amor no matrimónio e na família, e uma cultura do respeito à vida na sociedade”. Num capítulo intitulado “Os nossos povos e a cultura”, continuando e actualizando as opções de Puebla e de Santo Domingo pela evangelização da cultura e a evangelização inculturada, tratam-se “os desafios pastorais da educação e a comunicação, os novos areópagos e os centros de decisão, a pastoral das grandes cidades, a presença dos cristãos na vida pública”. Em especial é referido “o compromisso político dos leigos por uma cidadania plena na sociedade democrática, a solidariedade com os povos indígenas e afro-descendentes, e uma acção evangelizadora que aponte caminhos de reconciliação, fraternidade e integração entre os nossos povos, para formar uma comunidade regional de nações na América Latina e no Caribe”. No documento final destaca-se a necessidade de uma educação evangelizadora centrada na defesa da vida e no compromisso com “os mais pobres”, promovendo “uma renovação da acção da Igreja”, que passa por renovar as comunidades eclesiais e as estruturas pastorais. O texto retoma o lema do encontro e destaca que todos os membros da Igreja na região são “chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, para que os nossos povos tenham vida nele”. Reconhecendo “as luzes e as sombras que há na vida crista e na acção eclesial”, os Bispos “querem iniciar uma nova etapa pastoral nas actuais circunstâncias históricas, marcada por um forte ardor apostólico e um maior compromisso missionário”. O texto tem três grandes partes que seguem o método de reflexão teológico-pastoral “ver, julgar, agir”, prestando especial atenção à iniciação crista, à catequese permanente e à formação pastoral. São abordadas questões como o cuidado do meio ambiente, a piedade popular, o diálogo ecuménico, as relações com o judaísmo e o diálogo inter-religioso. Bento XVI deverá agora aprovar o texto, que só posteriormente será publicado na íntegra.

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