Conclusões das Jornadas «Acabar com a Pobreza na Serra da Estrela Já»

No dia 21 de Abril de 2010, decorreu na Escola Superior de Turismo e Hotelaria, em Seia, sob o tema “ACABAR COM A POBREZA NA SERRA DA ESTRELA JÁ!”, uma jornada de reflexão, organizada pela Comissão Diocesana Coordenadora do Ano Europeu Contra a Pobreza e a Exclusão Social.

Esta actividade que se insere no conjunto de actividades que, na Diocese da Guarda, se estão a levar a cabo no corrente Ano Europeu, pretendeu alcançar os seguintes objectivos: Conhecer a realidade económica e social actual da Serra da Estrela; Identificar respostas de intervenção económicas e sociais existentes na região, tipificadas ou não; Partilhar Boas Práticas na área do empreendedorismo e inclusão activa; Contribuir para a responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade no esforço de erradicação de situações de pobreza e exclusão social na Serra da Estrela; e, Contribuir para uma aproximação e responsabilização dos agentes locais no combate aos problemas do respectivo território.

Procurando ir de encontro a estes objectivos, na Sessão de Abertura, todos os presentes (Diocese da Guarda; Instituto Politécnico da Guarda; Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia; Câmara Municipal de Seia e Comissão Diocesana Coordenadora do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social) saudaram esta iniciativa com entusiasmo face à pertinência das problemáticas subjacentes e, de um modo geral, apelou-se à necessidade de união de esforços na luta contra a pobreza e exclusão social, com atitudes de solidariedade e de subsidiariedade, saindo reforçada a vontade de cada entidade representada assumir o seu papel imprescindível nesta missão, numa linha de co-responsabilização colectiva, capaz de se traduzir em intervenções eficientes e eficazes.

A realidade económica e social da Serra da Estrela foi caracterizada por um estudioso da matéria recorrendo, para o efeito, a múltiplos indicadores quantitativos e qualitativos, culminado numa explicitação dos pontos fortes e pontos fracos da respectiva região. De salientar as potencialidades regionais, sobretudo, na área dos recursos naturais, patrimoniais e culturais, associadas à localização geográfica estratégica da Serra da Estrela que estão longe de ser devidamente aproveitadas.

Quanto às respostas económicas e sociais da Região, afirmaram-se iniciativas várias, tanto a nível do sector público (Centro de Emprego e Formação Profissional de Seia); como a nível do sector privado (Associação Empresarial da Serra da Estrela), como a nível das organizações da sociedade civil com mais ou menos parcerias com os sectores anteriores (Associação de Artesãos da Serra da Estrela e Contrato Local de Desenvolvimento Social de Seia), cada qual com as suas especificidades e contributos no sentido de contrariar situações de pobreza e exclusão social diagnosticadas. A este propósito, saiu reforçada a pertinência da conjugação de esforços dos vários sectores presentes, conciliando medidas públicas com iniciativas privadas e com iniciativas das organizações da sociedade civil.

A tarde foi preenchida com a apresentação de quatro Boas Práticas de Empreendedorismo e Inclusão Activa (WONATUR; Restaurante Margarida I; UNIACTIVA, Segurança Contra Incêndios; e um Atelier de Artes Plásticas) que, de acordo com as suas especificidades, lançaram pistas sobre eventuais acções similares a implementar tendo em conta as potencialidades e as capacidades empreendedoras emergentes na Região.

Perante esta Jornada de Reflexão, sobressaem as seguintes ideias-chave a desenvolver, tanto pela Comissão Diocesana Coordenadora como pela sociedade em geral.

  1. Necessidade de uma crescente sensibilização da comunidade para as problemáticas da Pobreza e Exclusão Social, tendo em conta, tanto os processos de produção de riqueza, como os processos de (re)distribuição, como ainda os processos de apoios e prestações sociais;
  2. Necessidade de (re)aproveitar algumas potencialidades desta Região, tanto a nível do património natural e paisagístico, como arquitectónico e cultural, entre outras;
  3. Necessidade de uma crescente conjugação de respostas de intervenção por parte de entidades públicas, privadas e da sociedade civil, num trabalho interinstitucional sadio e potenciador das melhores sinergias locais e regionais;
  4. Necessidade de uma crescente valorização e divulgação de Boas Práticas de empreendedorismo e inclusão activa marcadas pelo trabalho, estratégia e consequente sucesso, capazes de ter um carácter mobilizador de múltiplos agentes, desde as mais tenras idades;
  5. Necessidade de afirmar, tanto a nível da discussão como da acção, a centralidade do ser humano enquanto grande agente de mudança pessoal e social capaz de transformar eventuais cenários de pessimismo e derrotismo que parecem impor-se na realidade envolvente em cenários de Esperança e Sucesso;
  6. Necessidade de aproveitar, com uma confiança activa, todo o potencial de cada pessoa e das organizações da sociedade civil locais e regionais para combater a Pobreza e Exclusão Social, a começar pela Comissão Diocesana Coordenadora deste Ano Europeu.

Sabemos que a concretização destas acções será, talvez, uma Utopia mas também estamos convictos de que necessitamos desta Utopia, com os pés bem assentes na terra, para que os nossos esforços em prol de uma Serra da Estrela onde estamos e onde queremos viver cada vez melhor, jamais esmoreçam e possamos, finalmente, dizer: “JÁ ACABÁMOS COM A POBREZA NA SERRA DA ESTRELA!”…

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