Conclave 2025: Vaticano divulga esquema da celebração de entrada na Capela Sistina

Cardeais vão fazer juramento, antes do início das votações

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 05 mai 2025 (Ecclesia) – O Vaticano divulgou hoje o esquema da cerimónia de entrada no Conclave e o juramento para a eleição do Papa, que vão decorrer às 16h30 (menos um em Lisboa) desta quarta-feira.

A procissão de entrada parte da Capela Paulina do Palácio Apostólico, com os 133 cardeais eleitores, acompanhados pelo canto das ladainhas, até à Capela Sistina, onde, depois do canto do ‘Veni Creator’ pronunciam o juramento antes da eleição.

Participam na procissão, também, o vice-camerlengo (o arcebispo brasileiro D. Ilson de Jesus Montanari), o auditor geral da Câmara Apostólica e dois membros de cada um dos Colégios dos protonotários apostólicos, dos prelados auditores da Rota Romana e dos prelados clérigos de Câmara.

O primeiro dos cardeais por ordem e por antiguidade [D. Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano] pronuncia a seguinte fórmula: “Todos nós, cardeais eleitores presentes nesta eleição do Sumo Pontífice, prometemos, obrigamo-nos e juramos observar fiel e escrupulosamente todas as prescrições contidas na Constituição Apostólica do Sumo Pontífice João Paulo II, Universi Dominici Gregis, promulgada em 22 de fevereiro de 1996, e as alterações que lhe foram introduzidas pelo Motu Proprio Normas nonnullas do Sumo Pontífice Bento XVI, de 22 de fevereiro de 2013”.

“Da mesma forma, prometemos, obrigamo-nos e juramos que qualquer um de nós, por disposição divina, eleito Romano Pontífice, comprometer-se-á a desempenhar fielmente o munus petrinum de pastor da Igreja universal e não deixará de afirmar e defender vigorosamente os direitos espirituais e temporais, bem como a liberdade da Santa Sé”, acrescenta.

Acima de tudo, prometemos e juramos observar com a máxima fidelidade e com todos, tanto clérigos como leigos, o segredo sobre tudo o que, de qualquer forma, diga respeito à eleição do Romano Pontífice e sobre o que acontecer no local da eleição, que diga respeito direta ou indiretamente ao escrutínio; não violar de forma alguma este segredo, tanto durante como após a eleição do novo Pontífice, a menos que tenha sido concedida autorização expressa pelo próprio Pontífice; nunca apoiar ou favorecer qualquer interferência, oposição ou qualquer outra forma de intervenção com que autoridades seculares de qualquer ordem e grau, ou qualquer grupo de pessoas ou indivíduos, pretendam interferir na eleição do Romano Pontífice”.

 

Em seguida, os cardeais eleitores, segundo a ordem de precedência, prestam o juramento individualmente, com a seguinte fórmula, colocando a mão sobre o Evangelho: “E eu, N., Cardeal N., prometo, obrigo-me e juro. Assim Deus me ajude e estes santos Evangelhos que toco com a minha mão”.

Terminado o juramento, todas as pessoas estranhas à eleição saem após a ordem ‘Extra Omnes’ (todos fora), dada pelo mestre das celebrações litúrgicas, D. Diego Ravelli, que permanece na sala junto com o eclesiástico escolhido para a segunda meditação, cardeal Raniero Cantalamessa, saindo ambos no final da reflexão.

Estes momentos de reflexão estão previstos na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (UDG, n. 13) e são outra das novidades da Sé Vacante, introduzidas por João Paulo II: a última meditação diz respeito à escolha “iluminada” do Papa.

Os lugares do Conclave serão fechados por dentro (responsabilidade do cardeal camerlengo, D. Kevin Joseph Farrel) e por fora (responsabilidade do substituto da Secretaria de Estado, o arcebispo Edgar Peña Parra).

O cardeal Parolin preside à eleição – dado que o decano, D Giovanni Battista Re, que dirigiu a eleição de 2013, e o vice-decano, D. Leonardo Sandri, têm mais de 80 anos de idade – e consulta os eleitores, aos quais “submente imediatamente os assuntos a tratar com urgência ou convida a proceder às operações eleitorais”, segundo as modalidades indicadas no n.º 54 da UDG.

“Se, a juízo da maioria dos eleitores, nada impedir que se proceda às operações da eleição, passar-se-á imediatamente a elas, sempre segundo as modalidades indicadas nesta Constituição”, determina o docusmento.

A partir desse momento, os cardeais eleitores encontram-se a sós, na Capela Sistina, com os seus pares e todos os meios de comunicação com o exterior são proibidos.

Os conclaves dos séculos XX e XXI tiveram uma duração sempre inferior a cinco dias e 14 votações.

Foto: Vatican Media

Além dos cardeais eleitores, está prevista no Conclave a presença de outros elementos, “para acudirem às exigências pessoais e de serviço, conexas com a realização da eleição”: o secretário do colégio cardinalício (D. Ilson de Jesus Montanari), que desempenha as funções de secretário da assembleia eleitoral; o mestre das celebrações litúrgicas pontifícias (D. Diego Ravelli), com oito cerimoniários (número determinado por Bento XVI) e dois religiosos adscritos à sacristia pontifícia; um eclesiástico escolhido pelo cardeal decano (D. Giovanni Battista Re) ou quem o substitui, para lhe servir de assistente; alguns religiosos de diversas línguas para as confissões, bem como dois médicos e enfermeiros para eventuais emergências; as pessoas adscritas aos serviços técnicos, de alimentação e de limpeza; os condutores que transportam os eleitores entre a Casa de Santa Marta e o Palácio Apostólico.

Todos são “devidamente advertidas sobre o significado e a extensão do juramento a prestar, antes do início das operações para a eleição”, pelo que prestam e subscrevem o juramento de segredo sobre tudo o que rodear o processo de eleição do novo Papa, sob pena de excomunhão.

Esse juramento foi prestado hoje, na Capela Paulina.

A Missa pela eleição do Papa (pro eligendo Romano Pontifice) vai ser presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, às 10h00 de quarta-feira, na Basílica de São Pedro.

OC

Vaticano: O Conclave, passo a passo (c/vídeo)

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