D. Armando Esteves Domingues pediu que «não fechem Deus nas Igrejas», no Santuário Diocesano da Serreta
Angra do heroísmo, Açores, 08 mai 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra convidou a Igreja Diocesana a unir-se à oração pelos cardeais no Conclave, esta quarta-feira, no 19.º aniversário da elevação da igreja da Serreta a Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres, na ilha Terceira.
“Assinalamos um grande dia aqui na Serreta comemorando 19 anos de elevação a Santuário e 18 de dedicação da igreja, por isso, neste clima de festa, unamos a nossa oração à Igreja Universal e rezemos pelos cardeais que iniciaram o Conclave”, disse D. Armando Esteves Domingues, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.
O bispo de Angra presidiu ao 19.º aniversário de elevação da igreja da Serreta a Santuário Diocesano, esta quarta-feira, na Missa, já após a primeira votação dos 133 cardeais reunidos no Conclave que resultou em fumo negro, realçou que devem “continuar em oração para que o Senhor dê uma Santo Padre”.
A ‘fumata’ que surgiu às 21h00 de Roma (menos uma em Lisboa), durante vários minutos, foi acompanhada por milhares de pessoas na Praça de São Pedro e pelas câmaras do Vaticano, com transmissão online, o processo eleitoral no Conclave, que continua esta quinta-feira, regido por legislação de João Paulo II e Bento XVI, só acaba quando for obtida uma maioria de dois terços dos votos (89 neste caso).
No Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta, na ilha Terceira, D. Armando Esteves Domingues afirmou que “é um lugar que ultrapassa a freguesia”, porque cada santuário “é de todos”: “Aqui acorre toda a gente e aqui a Mãe acolhe `todos, todos, todos´ como nos disse o Papa Francisco, quase em jeito de testamento”.
“Maria não se preocupou em criar um templo para Deus, trouxe-O sempre consigo e ela sempre com Deus; Que este Santuário onde hoje celebramos continue a ser a metáfora do lugar onde Deus habita mas onde todos são acolhidos: Seja expressão de uma paróquia e ilha viva e dinâmica que tenha a arma da caridade e promova a força da esperança”, desenvolveu.
A partir da liturgia e refletindo sobre a Igreja como casa – de oração mas também da Palavra e da partilha do Pão – o bispo de Angra indicou a importância de cada um se tornar “templo de Deus”.
“As casas devem lembrar-nos o necessário acolhimento de Jesus no sacrário mais íntimo que é o coração de cada cristão. Não fechemos o nosso coração, não fechem Deus nas Igrejas”, referiu.
“Gastamos muito dinheiro em obras, queremos templos belos e solenes e muitas vezes queremos fechar Deus nos sacrários”, acrescentou D. Armando Esteves Domingues, citado pelo sítio online ‘Igreja Açores’.

Nesta comemoração – 18 anos de dedicação da igreja e 19 anos de elevação a santuário – a reitoria do Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres da Serreta promoveu uma sessão de esclarecimento sobre a intervenção no retábulo da Capela-Mor.
“Esta Igreja é o resultado histórico de uma dinâmica colaboração entre a fidalguia e as possibilidades do povo, que sempre viveu muito isolado”, destacou o professor universitário Fagundes Duarte, antigo dirigente regional, que explicou a história deste templo, construído de forma faseada, elevada a curato em 1842 e a paróquia em 1862.
A primeira celebração dedicada a Nossa Senhora dos Milagres aconteceu a 11 de setembro de 1764, esta devoção afirmou-se definitivamente a partir de 1842; A construção da igreja começou em 1819, liderada pelo general Francisco António de Araújo, e foi concluída em 1842.
CB