Conclave 2025: Papa é uma referência «para o mundo inteiro» – padre Ricardo Cardoso

Especialista em história da Igreja destaca dinamismos próprios da eleição pontifícia

Foto: Agência ECCLESIA/PR

 

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 08 mai 2025 (Ecclesia) – O padre Ricardo Cardoso, sacerdote da Arquidiocese de Évora a estudar em Roma, considera que a figura do Papa é um ponto de referência “para o mundo inteiro”.

“A figura do Papa não é apenas uma figura para dentro da igreja, mas é uma figura que serve de ponte de referência para o mundo inteiro”, disse à Agência ECCLESIA o especialista em história da Igreja.

A acompanhar, desde a Praça de São Pedro, os resultados dos escrutínios na Capela Sistina, o sacerdote destaca que a eleição pontifícia tem “um dinamismo muito próprio”.

“Aquilo que hoje é o Conclave é resultado, também, de uma experiência que a Igreja vai fazendo e a necessidade que vai tendo de que este processo de escolha consiga alcançar de uma forma tranquila, responsável e também sobrenatural o resultado que se pretende”, sublinhou.

A eleição “não é uma simples contagem de votos”, mas existe também uma dimensão celebrativa que acontece na Capela Sistina.

“O que está aqui a acontecer não é bem um processo eletivo, obviamente que há uma eleição, há uma escolha, mas não podemos esquecer que há uma dimensão celebrativa e até litúrgica”, indica.

Todo o Conclave é conduzido por elementos litúrgicos, ritos, uma dimensão celebrativa que faz com que esta eleição, esta escolha, estes votos tenham sempre uma dimensão e um olhar sobrenatural, um olhar de fé sobre o que está a acontecer”.

O padre Ricardo Cardoso admite que o acontecimento desperta a curiosidade da comunidade internacional, destacando a “quantidade de gente de todas as origens que estão aqui e ao mesmo tempo também a comunicação social”.

“O que nós podemos ver é que, no fundo, a catolicidade da Igreja não é vivida apenas dentro de si mesma, sabendo que somos uma realidade em todo o mundo e que os católicos estão semeados em toda a orbe, mas também é interessante ver como, no fundo, a figura do Papa e a realidade da igreja não deixa de ser um sinal para o mundo de hoje e um sinal até para as sociedades que não estão tão próximas de nós”, salientou o sacerdote da Arquidiocese de Évora.

Assumindo que a Igreja e o mundo aguardam a eleição com “expectativa”, o entrevistado refere que “o importante é que tudo seja feito de uma forma tranquila, da forma celebrativa e sobrenatural”.

As últimas sete eleições papais foram decididas após um máximo de três dias de votações, a data-limite para que, segundo a legislação da Igreja, os cardeais façam uma pausa nos sufrágios.

PR/LFS/OC

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