Conclave 2025: Padre Manuel Morujão espera «um Papa de hoje, não de ontem, nem de amanhã»

Antigo secretário da CEP manifesta desejo de que o futuro pontífice ajude a levar «tradição para a frente»

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 07 mai 2025 (Ecclesia) – O padre Manuel Morujão, religioso jesuíta em Roma, acredita que o próximo Papa, cuja eleição arranca hoje, “levará a tradição para a frente”.

“A tradição na Igreja não é algo congelado, mas é uma força dinâmica”, afirmou o antigo secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em declarações à Agência ECCLESIA.

O padre Manuel Morujão considera que o pontífice eleito “trará o fogo de Cristo”, quererá “o bem de todos, não apenas da Igreja”, mas de todos os que fazem parte da “humanidade”.

Após a morte do Papa Francisco, a 21 de abril, na sequência de um AVC, a Igreja Católica vive a partir de hoje o terceiro Conclave do século XXI, no qual 133 cardeais vão eleger, obrigatoriamente por uma maioria de dois terços, o sucessor.

Tendo em conta o mundo atual e o modo de ser Igreja hoje, o padre Manuel Morujão defende que este será um pontificado diferente e “ainda bem”, porque “é uma forma criativa de ser”.

“Eu penso que a missão também faz o cargo, também faz o Papa. E basta ver que o Papa Francisco, por exemplo, era muito fechado à comunicação social quando estava como arcebispo em Buenos Aires”, lembra, acrescentando que a alegria que transbordou ao longo do pontificado era algo que não tinha.

“Um dos seus colaboradores disse que a alegria foi a grande novidade que se descobriu no sucessor de Bergoglio, pois como Papa”, destaca.

“Por isso, esperamos que seja um Papa de hoje, não de ontem, nem de amanhã, mas que viva o presente com os desafios que a Igreja e o mundo lhe vão oferecer”, manifestou.

O antigo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) descreve que em Roma se vive “um bulício de paz, de quem espera que venha um continuador da mensagem de Jesus Cristo”.

“Não será propriamente um Bento XVII ou um Francisco II, será o que ele for na linha do essencial. E é com grande alegria que estamos a viver estes momentos. São de expectativa, mas uma expectativa que é uma esperança fundada na fé naquele que é o Salvador do Mundo”, indicou.

A partir das 16h30 de Roma (15h30 em Lisboa), as atenções centram-se no Palácio Apostólico do Vaticano, onde os cardeais eleitores se vão reunir na Capela Paulina para o rito de entrada do Conclave e a procissão até à Capela Sistina, onde decorrem os escrutínios.

Os cardeais devem proceder a um primeiro escrutínio, cujo resultado será comunicado através do fumo negro ou branco.

O sucessor de Francisco será o 49.º Papa da Igreja Católica nos últimos 500 anos, desde Clemente VII, pontífice entre 1523 e 1534.

PR/LJ/OC

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