Catequistas portugueses em peregrinação vivem «momento único» em Roma, desejando que novo pontífice «mantenha a linha de Francisco»
Paulo Rocha enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 08 mai 2025 (Ecclesia) – Três catequistas portugueses, da Diocese do Porto, estão em Roma, para onde rumaram no âmbito do Ano Santo 2025, e esperam poder ver a eleição do novo Papa, antes do regresso a Portugal.
“Estávamos à espera de ver fumo branco”, admite Sílvia Sousa, um dos elementos do grupo, em declarações à Agência ECCLESIA, após ver o fumo negro sair pela segunda vez da chaminé colocada sobre a Capela Sistina.
A entrevistada admite a desilusão, mas acredita que a eleição aconteça “logo” à tarde.
“É a experiência de uma vida, é viver a fé e a proximidade com eleição de um novo Papa”, acrescenta.
Os três marcaram a peregrinação a Roma no âmbito do Jubileu 2025, tendo inclusivamente prevista uma audiência com Francisco.
“Infelizmente como ele faleceu, quisemos manter na mesma viagem e viemos ao Jubileu da esperança e coincidiu com o Conclave. É um bónus”, assinalou Sílvia Sousa.
A Igreja Católica vive o terceiro Conclave do século XXI, no qual 133 cardeais vão eleger obrigatoriamente por uma maioria de dois terços, o sucessor de Francisco, falecido a 21 de abril.
“É um momento único. Já cá estive com Francisco e era um Papa especial, mas viver este momento é uma maravilha. Acho que não estávamos preparados para isso. Por isso, espero até sábado, que é quando nós vamos embora, termos a graça de ver o novo Papa”, afirmou a peregrina portuguesa.
A primeira votação decorreu na tarde desta quarta-feira, dia do início do processo de eleição, resultando em fumo negro.
“Ontem estivemos aqui até às 21h30, a sofrer ao frio e estávamos com uma expectativa que já que estava a demorar tanto, realmente saísse fumo branco, mas foi fumo negro, para nos aguçar ainda mais a vontade”, relata a catequista.
O grupo espera um Papa que “mantenha a linha de Francisco, que continue a abrir portas” e cada vez a chamar mais pessoas para a Igreja.
“Mesmo pessoas que não pertenciam à Igreja sentiram-se bem-vindos e acolhidos por Francisco e pela Igreja. Por isso, gostaria que o novo Papa seguisse a mesma linha”, indicou Sílvia Sousa.
A catequista considera que só desta forma a Igreja “poderá viver e crescer”: “É com a proximidade das pessoas, tratar todos como iguais e sem diferença”.
Os catequistas, das paróquias de Santo António das Antas e de Matosinhos, já tinham estado em Roma em 2016, a propósito do Jubileu da Misericórdia.
“Estivemos com Francisco. E este ano estamos a acolher um seminarista no ano propedêutico e decidimos vir para o jubileu da Esperança”, refere.
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, a praça de São Pedro voltou a assistir à saída de fumo negro da chaminé na Capela Sistina, sendo por isso retomados esta tarde os escrutínios para eleger o novo Papa.
As últimas sete eleições papais foram decididas após um máximo de três dias de votações, a data-limite para que, segundo a legislação da Igreja, os cardeais façam uma pausa nos sufrágios.
PR/LJ/OC