Conclave 2025: «Esperamos não ir embora sem o fumo branco» – Mafalda Cunha

«Bora largar tudo, e bora a Roma», duas jovens portuguesas viajaram para o Vaticano para acompanhar o Conclave

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Paulo Rocha enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 07 mai 2025 (Ecclesia) – Inês Didier e Mafalda Cunha, jovens portuguesas, viajaram para Roma para acompanhar o Conclave que vai eleger o novo Papa, com o desejo de assistirem ao anúncio do novo pontífice, antes do regresso a Portugal marcado para este domingo.

“No dia em que nós soubemos que o Papa Francisco tinha morrido foi uma grande emoção. A Mafalda começou logo a estudar a história dos conclaves desde o século XIX, portanto, a ideia foi ‘bora largar tudo, e bora a Roma’, desde o século XIX nós sabíamos que o Conclave não dura mais do que quatro dias”, disse Inês Didier, esta quarta-feira, em declarações à Agência ECCLESIA, na Praça de São Pedro.

Mafalda Cunha, que investigou a história dos conclaves, recorda que as reuniões de cardeais que elegem o Papa começava cerca de 15 dias depois, após a morte do pontífice, e começaram “a fazer contas” e decidiram “arriscar numa data, aquilo que era mais seguro”.

“E agora esperamos não ir embora sem o fumo branco. Vamos embora no domingo, mas achamos que até lá vamos conseguir ver, e vamos ficar por aqui à espera de vermos o fumo branco. Não hoje, mas talvez amanhã, ou depois, acho que vamos conseguir”, acrescentou.

Os cardeais eleitores já estão na Capela Sistina, onde decorrem os escrutínios, após reunirem na Capela Paulina, no Palácio Apostólico do Vaticano, para o rito de entrada do Conclave e a procissão.

As duas jovens portuguesas destacaram “a grande expectativa” na Praça de São Pedro, onde chegaram “muito cedo”, cerca de uma hora e meia antes da Missa, conta Inês Didier, adiantando que conseguiram entrar para a Basílica de São Pedro: “E ver a procissão dos cardeais a entrar, e esta sensação de que está à nossa frente o próximo Papa também foi muito especial”.

“Nós estamos expectantes que qualquer um dos cardeais que seja eleito seja com a força do Espírito Santo e que venha iluminar as nossas vidas e as de todos”, acrescentou.

Na manhã deste dia 7 de maio, a Missa ‘pro eligendo Romano Pontifice’ (pela eleição do novo Papa), com a presença dos membros do Colégio Cardinalício – incluindo os que não têm direito a participar na eleição pontifícia – antecedeu essa entrada dos cardeais eleitores na Capela Sistina; presidiu o decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re.

Foto: Agência ECCLESIA/PR

“E chegámos cá fora e vimos que a praça cheia, e uma fila na frente já para as quatro e meia ver os cardeais a entrar na Capela Sistina. Eu acho que se vive muita expectativa e espera-se que o Conclave seja rápido, as pessoas estão com expectativa, se calhar que saia fumo branco hoje, nós achamos que não”, acrescentou Inês Didier.

O Conclave conta com 133 cardeais eleitores de 70 países, incluindo quatro portugueses, todos criados pelo Papa Francisco: D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal.

Segundo Inês Didier, o Papa Francisco “foi muito importante” para estes tempos, “abriu a Igreja àqueles que não são crentes”, e viu-se com a sua morte que “foi uma figura muito consensual”, por todos os “líderes políticos, os líderes das outras religiões, a elogiar o Papa e a elogiar o seu trabalho”, por isso, esperam que o Papa que seja eleito neste Conclave “consiga fazer isso também”.

“Nós esperamos que o futuro Papa consiga fazer isso também, seja acima de tudo uma figura que una aqueles que são crentes e aqueles que não são, e que seja uma figura consensual neste mundo, um exemplo de que é possível ter uma relação pessoal com Jesus Cristo no século XXI”, referiu.

Mafalda Cunha acrescenta que espera que o novo pontífice, à semelhança do Papa Francisco “independentemente da forma, de ter semelhanças ou diferenças”, que consiga também ter “ser pastor da Igreja, ter esta importância”, e que os católicos o reconheçam “enquanto Papa e figura da autoridade, e acima de tudo do amor de Cristo”.

“Acima de tudo ser católica é obedecer também ao Papa, qualquer Papa que venha. Hoje, o tema está muito politizado com a chegada do novo Papa, se é mais à esquerda ou mais à direita, a nível de fé não é tanta conversa que se devia ter, mas uma conversa de esperança, qualquer Papa será um que aproxima os católicos e aqueles que não são católicos, à luz do Evangelho, e à luz dos desafios que se vivem hoje em dia”, desenvolveu Inês Didier.

PR/CB/OC

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