D. António Marto vota em 59.º lugar, D. Américo Aguiar em 97.º e D. José Tolentino Mendonça em 118.º
Cidade do Vaticano, 06 mai 2025 (Ecclesia) – O cardeal D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa, vai ser o 38.º cardeal a votar no Conclave que se inicia quarta-feira e o primeiro dos eleitores portugueses.
A posição decorre da “ordem de precedência”, divulgada num vídeo distribuído hoje pelo Vaticano – disposição própria utilizada nas procissões, votação e juramentos relacionados com o período da Sede Vacante, o tempo que vai entre a morte de Francisco e a eleição de um novo pontífice.
A ordem de precedência tem implicações, por exemplo, na organização das procissões ou nos lugares que os cardeais ocupam durante a eleição pontifícia, na Capela Sistina.
D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, ocupa o 59.º lugar nesta lista, definida em função da data de criação cardinalícia e da ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal) em que os cardeais são inscritos, seguindo uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, quando os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.
D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, será o 97.º eleitor a prestar juramento, à entrada na Capela Sistina, seguindo a ordem estabelecida.
D. José Tolentino Mendonça, até agora prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, ocupa o 118.º lugar, entre os 133 eleitores.
Por norma, os cardeais que lideram uma diocese pertencem à ordem presbiteral e os que trabalham na Cúria Romana à diaconal.
A Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996) de João Paulo II, prevê que antes do início da votação na Capela Sistina, cada um dos cardeais eleitores, “por ordem de precedência”, preste um juramento através do qual todos se comprometem a “desempenhar fielmente” a missão de Papa se forem eleitos e a guardar segredo sobre os escrutínios.
Também a entrega dos boletins de votos é feita pela ordem de precedência, junto ao altar da Capela Sistina, com novo juramento: “Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito”.
Dado que o decano [presidente] do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, tem mais de 80 anos, a assembleia dos cardeais eleitores vai ser presidida pelo cardeal-bispo eleitor mais antigo, D. Pietro Parolin, secretário de Estado de Francisco.
O último a votar é D. George Jacob Koovakad, criado cardeal por Francisco em dezembro de 2024 e nomeado prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso (Santa Sé).
D. Manuel Clemente, D. António Marto, D. José Tolentino Mendonça e D. Américo Aguiar participam pela primeira vez num Conclave, elevando para 14 o número de cardeais portugueses a participar em eleições pontifícias desde 1903.
OC
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