Cardeal português presidiu a Missa na sua igreja titular, em Roma



Roma, 04 mai 2025 (Ecclesia) – O cardeal português D. Américo Aguiar evocou hoje, em Roma, a figura de Francisco, Papa de “todos, todos, todos”, na Missa a que presidiu na sua igreja titular de Santo António, na Via Merulana.
“Nesta celebração queremos, de uma forma muito especial, ter presente o nosso amado e saudoso Papa Francisco. Queremos agradecer a Deus por este pontificado, por esta vida, por este testemunho. Queremos, nesta amada Diocese de Roma, agradecer a Deus por todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos estes anos em que tivemos a graça de ter Francisco como bispo”, indicou o responsável católico, na sua saudação à assembleia.
O bispo de Setúbal recordou ainda a celebração do Dia da Mãe, ligando-o às mensagens deixadas por Francisco.
“Hoje, em Portugal, celebra-se o Dia da Mãe. Em Fátima, o nosso querido Papa Francisco disse que temos uma mãe. Que nesta celebração possamos também agradecer a Deus pelas mães aqui presentes e por todas as mães que já regressaram ao céu”, assinalou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
Os cardeais que se preparam para a eleição do novo Papa vivem hoje um dia sem reunião (congregação) geral, tendo sido anunciado pelo Vaticano que vários iriam celebrar a Missa dominical na sua sede titular, em Roma.
No Conclave de 2023, D. Américo Aguiar foi criado cardeal-presbítero, recebendo o título de Santo António de Pádua na Via Merulana (Sancti Antonii Patavini de Urbe), em Roma, igreja de que foram titulares, entre 1973 e 1998, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, e de 2001 a 2022 o cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, uma figura muito próxima do Papa Francisco.
Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.
Na sua homilia, D. Américo Aguiar recordou a ligação entre Portugal e Itália, na figura de Santo António, antes de destacar a importância da “obediência” no caminho da fé.
“É Jesus que nos indica o caminho a seguir”, declarou.
Os discípulos compreenderam que o fruto do seu trabalho não depende tanto do seu esforço, das suas qualidades ou capacidades, mas depende da Palavra de Jesus, ou seja, da Palavra que é Jesus”.

A poucos dias do início do Conclave, o bispo de Setúbal sublinhou que “este é o momento de deixar que o Senhor Jesus encha de vida a sua Igreja”.
“Voltados para o Senhor, gostaria de pedir-vos, de todo o coração, que rezem de modo especial nestes dias por cada membro do Colégio Cardinalício”, apelou aos participantes.
As reuniões pré-conclave vão prosseguir esta segunda-feira, com duas congregações gerais, às 09h00 e às 17h00 de Roma (menos uma em Lisboa).
Já na terça-feira à noite, os 133 eleitores podem começar a instalar-se na Casa de Santa Marta, onde vão permanecer até à escolha do novo Papa.
A Missa pela eleição do Papa (pro eligendo Romano Pontifice) vai ser presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, às 10h00 de quarta-feira, na Basílica de São Pedro; já a cerimónia de entrada no Conclave e o juramento para a eleição do Papa vão decorrer às 16h30.
OC
D. Américo Aguiar falou no final da Missa à Renascença e à CNN Portugal, referindo que parte para o Conclave de “coração aberto”, sem “limites, nem linhas vermelhas e com total disponibilidade”. “Acredito profundamente que não é exclusivamente uma escolha humana”, indicou o bispo de Setúbal. O cardeal assumiu que, além de ter “cortado” com as redes sociais, também optou por não ler jornais, numa espécie de “jejum informativo externo”, para se preparar interiormente e em silêncio para o que aí vem. “Somos uma pequenina migalha numa história de 2025 anos e de duzentos e sessenta e tal sucessores de Pedro. Por isso, quanto mais caminho percorremos, mais consciência temos – e não se trata de falsas humildades, é a verdade que constatamos – de estes 133 homens sentirem a sua pequenez e a sua responsabilidade”, afirmou. Interrogado sobre a continuidade dos processos iniciados por Francisco, o responsável sustentou que todos os últimos pontificados “foram de continuidade, com estilos diferentes e focos diferentes”. |
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